Oi.
Em qualquer país democrático, em qualquer época, sempre temos partidos que polarizam o que comumente chamamos de Direita x Esquerda ou Conservadores x Progressistas, ou qualquer outro nome que se queira escolher para essas tendências que naturalmente se formam no embate político.
Nos EUA, temos Republicanos x Democratas; na Inglaterra, Conservadores x Trabalhistas; e assistimos, ao longo do tempo, a uma saudável alternância entre essas forças.
Historicamente, no Brasil, tivemos essas duas forças sendo representadas por partidos dominantes que lutavam pelo controle político. Tivemos UDN x PSD, que se alternavam até a intervenção militar de 1964. Com o processo de redemocratização, organizaram-se para disputas inicialmente de municípios, depois de estados e, finalmente, da presidência, com a rivalidade entre Arena x MDB. Após a Constituição de 89, com um sistema de governo que forçava a criação de governos de coalizão, finalmente chegamos à polarização entre PSDB x PT, na alternância e disputa pelo controle do Executivo, sempre se unindo aos partidos mais “pragmáticos” na construção de uma coalizão, no Congresso, que viabilizava a governabilidade.
Mas a rivalidade entre PSDB x PT se ancorava na figura de seus maiores líderes, FHC e Lula. Independentemente da possibilidade de algum desses dois partidos ainda ter chance de eleger o próximo presidente, parece claro, para mim, que o tempo dos dois está chegando ao fim. O PT ainda respira com a ajuda de seu líder carismático. O PSDB luta para manter a proeminência, mas não consegue mais se diferenciar e inspirar novas gerações de políticos. Por ironia do destino, fica mais fraco justamente quando seu maior rival, o PT, agoniza num mar de escândalos de corrupção.
Mas se a história ensina alguma coisa, é que o final desses períodos de alternância entre partidos marca também períodos turbulentos na forma de condução da política e da economia do país. E cada um desses novos períodos tem um ciclo parecido de vida. Turbulência na fase de transformação, exuberância e prosperidade na implantação do novo sistema e exaustão política e econômica no período final.
Se for mesmo o final de um ciclo político, podemos esperar tempos turbulentos pela frente. Mas isso não é motivo de desesperança. Podemos estar entrando em um novo ciclo de reformas e exuberância econômica em um momento em que o pessimismo com nossas instituições e o futuro do país está muito grande. Tempos de desesperança são tempos de oportunidades. Aproveite as suas.