Olá.
O que eu tenho para falar hoje é muito importante.
Me preocupa a forma como o risco inflacionário e seus reflexos na economia e na vida das pessoas vêm sendo tratados.
A classe média está diante de um importante risco sistemático de perda do poder de compra.
Tenho chamado esse fenômeno de “sorriso da inflação”, apesar da incompatibilidade dessa expressão com a realidade, como você verá a seguir.
E tudo me leva a crer que os seus reflexos podem perpetuar por bastante tempo, levando o Brasil e o mundo a um longo e vigoroso processo de concentração patrimonial.
Meu objetivo aqui é, além de alarmar sobre os riscos, apresentar uma solução a esse dilema vivido pela classe média brasileira, além de trazer uma sugestão sustentável de preservação patrimonial.
O sorriso da inflação
Não é novidade os voluptuosos montantes de dinheiro que os Bancos Centrais têm injetado em suas economias como forma de estimular a recuperação das mesmas.
No Brasil, por exemplo, vimos a base monetária (M1) – representada pelo volume de depósitos à vista + papel moeda em poder do público – crescer 39% vs. 2019 (crescimento que foi de 9% de 2018 para 2019).
Isso é impressionante, pois representa, grosso modo, o custo de preservação da estabilidade da economia brasileira.
E o problema é que esses estímulos serviram, até aqui, apenas para amenizar os problemas provocados pela pandemia.
Agora, além da incapacidade fiscal de muitas economias continuarem “pagando” essa conta emitindo dívidas, é muito claro que esses estímulos surtirão cada vez menos efeito – inclusive na aprovação política do governo.
Entendeu agora o tamanho do problema?
Esse é o verdadeiro dilema da classe média.
O sorriso da inflação é a representação mais clara da inflação de ativos reais (imóveis, ações, commodities, criptomoedas), que concentra patrimônio nas classes mais altas e consome a renda dos mais pobres.
Para você ter uma ideia, enquanto o IPCA, que mede a inflação do consumidor no Brasil, registrou 4,5% nos últimos 12 meses; a mesma cesta de consumo sobre a população de baixa renda apresentou alta de 6,2%.
E como essa é justamente a parcela da população que destina a maior parte da renda mensal para o consumo, maior é a pressão inflacionária e a necessidade de suporte por parte do governo.
Ou seja, enquanto a inflação já é uma realidade mais dura para as classes mais baixas, para as classes altas, que aumentam a poupança/investimentos em períodos de crise, a inflação é positiva, no sentido de valorização dos seus ativos.
"Mas e a classe média, o que tem a ver com isso?”
Tem tudo a ver.
A classe média é aquela que sofre mais com a inflação de bens em serviços do que a classe alta, mas paga mais impostos e recebe menos auxílios por parte do governo do que as classes mais baixas.
Sendo mais claro, é a classe média que pagará essa conta.
A inflação mede a evolução do poder de compra do seu dinheiro ao longo do tempo, logo, a classe média verá rapidamente o seu poder de compra ser consumido.
Não à toa, as propostas de Joe Biden nos EUA para tributação de fortunas têm ganhado cada vez mais espaço na mídia e apelo popular.
E só existem, na minha opinião, duas saídas para que os impactos sobre a classe média sejam menores.
A primeira delas não depende exatamente da vontade das pessoas, ela depende diretamente do...
Ritmo de recuperação da economia
Quando a economia se recupera rápido, a pressão sobre novos estímulos tende a se estabilizar e os desequilíbrios entre a oferta e a demanda começam a se ajudar mais rapidamente, diminuindo parte dos seus efeitos.
Mas ficar dependente desse cenário não é inteligente. E a resposta está exatamente no comportamento da classe alta.
A solução
Segurar caixa neste momento é muito arriscado, especialmente para a classe média.
Quando a percepção de valor da moeda cai e o preço dos bens na economia sobem, seu poder de compra começa a cair rapidamente.
A única solução é aumentar a poupança de sua renda mensal, evitando a compra de ativos que não geram renda e utilizando esses recursos para investir em ativos REAIS.
Estamos procurando aqui ganhos reais – isto é, ativos que conseguem entregar um retorno acima da inflação – e ainda nos expormos de forma alavancada ao movimento de recuperação da economia doméstica e global.
Exemplos mais interessantes de ativos reais neste momento são: ações de empesas exportadoras, commodities agrícolas, setor elétrico, imobiliário e ações de empresas estrangeiras, através dos BDRs.
Essa não é a única solução, mas me parece ser a melhor em termos de risco e retorno.
Isso, independentemente do seu momento de vida, se reflete na busca por preservação ou construção patrimonial.
E seja criterioso(a).
Ativos reais devem ser analisados criteriosamente.
No mercado financeiro, nem todos os santos fazem milagre...
Por isso estamos aqui para te ajudar.
Vou ficando por aqui, se você gostou dessa newsletter não esqueça de escrever para ideias@inversa.com.br dizendo o que achou, combinado?
Grande abraço,
Felipe Paletta, CNPI