Ideias do Paletta #31 - A primeira vez ninguém esquece

28 de outubro de 2020
Veja como comecei a investir em um dos mercados mais lucrativos do mundo

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Olá leitor(a),

Hoje fui convidado pelo Felipe Paletta para uma participação especial em sua coluna, a Ideias do Paletta, para falar sobre o desafio de 21 dias da Inversa, com a batalha entre o time cripto e o time de ações small caps.

O desafio é bem simples: você deve escolher um dos times de acordo com suas perspectivas de potencial de lucro, pela classe de ativo e pelo analista, e se inscrever através de seus respectivos sites clicando aqui.

Com esta experiência você poderá investir junto com os maiores especialistas do Brasil, ao escolher entre Leonardo Pontes, analista certificado e especialista em small caps e Helena Margarido, especialista e referência em criptoativos no Brasil.

A minha missão nessa carta é te ajudar a fazer o que acredito ser a melhor escolha para esse desafio e, para isso, vou te contar uma história.
 

A primeira vez

Lembro até hoje do dia que comprei meu primeiro Bitcoin. 

Se minha memória não falha, chovia e o tempo ruim combinava com o nervosismo na hora de apertar o botão “comprar”. 

Neste dia o Bitcoin estava bem volátil, assim como na maioria dos dias existentes no mercado: pela manhã negociava próximo dos US$ 2.200,00 e pela noite já alcançava a marca dos US$ 2.500,00.

Sem tentar acertar o timing, apesar de temeroso, estava convicto: “é hoje”.

Nesta primeira vez, o aporte havia sido menor.

Apesar de sempre levar muito a sério o aviso “só invista no que conhece” (quando ingressei na bolsa pela primeira vez já acumulava quase um ano de estudos sobre o mercado) me animei com os criptoativos, pelos fundamentos que o acompanha.

Naquela época os - hoje famosos - ICOs (equivalente ao IPO de empresas na Bolsa) começavam a surgir com maior frequência, trazendo (a melhor palavra seria prometendo) projetos cada vez mais disruptivos.

Alguns dias após aquela primeira compra, fiz o segundo aporte.

Dessa vez um pouco maior e ainda mais convicto, afinal, seu preço havia caído para um patamar muito próximo da primeira entrada, logo após ter registrado uma valorização em dólares de aproximadamente 15% em questão de dias.

Para mim, estava de graça!

Tão errado quanto convicto, assisti o ativo desabar cerca de 25% nos 20 dias subsequentes ao segundo aporte.

“Como é possível?”, me perguntava.

Acredito que qualquer investidor do mercado tradicional se sentiria da mesma forma, mesmo tendo estudado os criptoativos como estudei.

A volatilidade, o sobe e desce dos preços, causa um efeito no investidor que atrapalha a racionalidade, mexe com o emocional.

Se não tiver um plano, provavelmente se dará mal.

Neste caso, como meu plano era o de não me importar com a volatilidade, mantive a posição inalterada.

A angústia da queda não durou muito, já que nos 4 dias seguintes o ativo se valorizou aproximadamente 60% em dólares e atingiu US$ 2.900,00, mais do que cobrindo minha perda recente e me proporcionando um lucro de cerca de 20% em moeda americana.

Mais 26 dias se passaram, e mais 50% de lucro em cima dos 20% que já possuía.

“Não é possível!!!”

Sim, agora a angústia era inversa, não sabia se vendia ou se mantinha meu plano inicial.

Optei pela segunda opção e, além de segurar minha posição original, fiz meu terceiro e último aporte.

Fazendo de uma longa história curta: por ter insistido no meu plano, pude surfar a alta do Bitcoin dos US$ 2.200,00 iniciais para os históricos quase US$ 20.000,00 em dezembro de 2017.
 

Volatilidade mata!

Sim, isso mesmo, volatilidade mata seu portfólio de investimentos se você não tiver objetivos claros com cada um dos ativos que a compõem.

Se não tivesse pensado nisso com antecedência provavelmente não teria conseguido me manter posicionado pelos meses, que mais se pareceram anos ou décadas, de tão emocionantes que foram. Talvez teria realizado minha posição na primeira queda forte.

No mercado, comprar na baixa e vender na alta é quase um mantra que vem sendo repetido por décadas, mas que na prática pouquíssimos conseguem ter sucesso.

O principal motivo disso é que a preparação normalmente é fraca. Muitos preferem se aventurar à realmente se dedicar naquilo que podem decidir não só o seu futuro como o de sua família, a sua vida financeira.

Por isso, a importância de participar de eventos como esse desafio que a Inversa está lançando.

Muito mais que uma oportunidade de ganhar dinheiro, elas são oportunidades de aprendizado, o que em minha opinião gera um valor ainda maior.
 

Rico!?

“Então, Nícolas, você multiplicou seu investimento por 10, em dólares, em alguns meses. Ficou rico, não?”

Posso ter esquecido, ou não ter falado, para fazer um suspense durante a carta, mas meu objetivo com aquele investimento não era o de multiplicar meu capital por 10 vezes, talvez por isso o tenha feito.

Investi porque me apaixonei pelo mercado e pelo desenvolvimento tecnológico que vem trazendo e que ainda trará para a sociedade.

Em alguns países a cripto se tornou a saída para o descontrole cambial causado pela má política ou até como um meio de fuga para regimes ditatoriais. Para essas pessoas, um valor inigualável.

Investi também pela diversificação, utilizo o ativo como um dos itens do meu book de proteções, um dos mais importantes, inclusive, já que possui uma movimentação tão descorrelacionada do resto dos mercados.

Assim como muitas pessoas que resistiram por todo o rali de alta naquela época, deixei de embolsar grande parte na virada rápida do mercado nos meses seguintes ao registro histórico. 

Liquidei minhas posições no dia em março de 2018, próximo dos US$ 9.500,00, e ainda muito feliz.

Meses depois já comecei a recompô-la e as mantenho até então, fazendo apenas pequenos ajustes e balanceamentos conforme os movimentos dos mercados influenciam as alocações entre classes no meu portfólio.

Por isso, me desculpa Leo, mas nesse desafio de 21 dias estou com a Helena.

Vai #teamcrypto!

Um abraço,

Nícolas Merola, CNPI

Conheça o responsável por esta edição:

Nícolas Merola

Ações e Fundos de Investimento

Formado em Engenharia Civil pela UVA (Universidade Veiga de Almeida - RJ) em 2017 e com MBA pelo IBEC/INPG em 2018. Nícolas começou a estudar sobre investimentos ainda no início de sua faculdade, quando se apaixonou pelo assunto. Depois de atuar por mais de três anos no mercado de renda variável, de forma autônoma, se juntou em 2019 ao time de especialistas da Inv.

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Analista de Valores Mobiliários responsável (Resolução CVM n.º 20/2021): Nícolas Merola - CNPI Nº: EM-2240