Inimigos do Investidor #17 - Não case com suas ações

10 de junho de 2020
Propagado por muitos, a estratégia de comprar e manter ações é válida, mas até qual ponto? Se o relacionamento estiver ruim, separe-se.

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Olá, tudo bem?

Aqui é o André Barros, o Money Maker.

Esta semana quero trazer a você um ponto interessante relacionado à uma das estratégias de investimentos em ações.

Talvez seja a mais tradicional, e aquela que gera bons resultados para quem a implementa de forma correta.

Estou falando do “Buy and Hold” ou, em língua portuguesa, “Compre e Mantenha”.

É uma estratégia que busca empresas com boa relação de preço e valor e, preferencialmente, que sejam pagadoras de dividendos.

A partir disso constrói-se um portfólio em que o tempo seja seu principal aliado, levando as ações ao longo do tempo e fazendo aportes neste período que você mantém a carteira. 

De fato: se você olhar o histórico da maioria dos mercados acionários verá que, ao longo de anos e décadas, a evolução ocorre.

Eu costumo dizer que não é uma linha reta, existe uma volatilidade natural, mas o longo prazo premia àqueles detentores de paciência. 

O ponto que gostaria de chamar atenção do “Buy and Hold” está ligado às simplificações que nós fazemos.

Quando eu vejo o nome da estratégia, a minha primeira tradução literal é “compro, espero e vou carregar as posições pelo resto da vida”.

Ou, pelo menos, por muitas décadas ou muitos anos. No entanto, existe uma armadilha aí...

A armadilha da manutenção

Tomemos como exemplo um grande investidor, Warren Buffett. Se você acompanhar o seu portfólio de ações, excluindo as seguradoras da holding, existe movimentação.

Em outras palavras, tirando ações que permanecem por décadas, como às da Coca-Cola, ele mantém as posições enquanto estão atrativas e interessantes. 

Recentemente, vimos ele saindo das posições de companhias de empresas aéreas e, se formos analisar em uma perspectiva temporal, foi uma presença curta.

Fato análogo ocorreu com as ações de bancos que Buffett havia comprado na época da crise de 2008. 

Isso nos chama a atenção para o ponto de “comprar e esperar para sempre”: o longo prazo é para os pacientes, não para os que ficam parados. 

A melhor banda de todos os tempos da última semana

Lembro agora de um outro fato interessante, exemplo que uso nos treinamentos e cursos que faço. 

Foi feito um comparativo com as 500 maiores empresas dos EUA, em uma pesquisa realizada pela revista americana Fortune.

O pesquisador comparou a lista de 1955 com a classificação que saiu em 2015, 60 anos depois. O que ele percebeu é surpreendente: 90% das empresas saíram do grupo das 500 maiores.

O que aconteceu com elas? Grande parte simplesmente perdeu relevância, algumas foram compradas e outras deixaram de existir.

Não precisamos ir muito longe: aqui no Brasil mesmo você provavelmente deve lembrar de uma série de empresas que eram líderes de mercado e que, muitas vezes, nem a marca prevalece mais. 

Outras foram incorporadas, como a Sadia, que hoje faz parte do grupo BR Foods. 

A mensagem central é: nossas posições precisam ser revisadas com o tempo. 

As empresas mudam, o cenário econômico se altera, tudo está em constante transformação. 

Mesmo se você seguir uma estratégia, de se manter posicionado ao longo do tempo fazendo aportes adicionais, lembre-se de sempre revisar essa lista de ações. 

Vou encerrar com a frase de Vinícius de Moraes: “que o amor seja eterno enquanto dure”.

É assim que você deveria encarar suas posições: eternas enquanto o valor estiver presente.

Esta é a importância de revisarmos sempre nossa carteira.

E eu estou aqui para ajudar você com isso.

Vamos juntos?

Um abraço,

André Barros (Money Maker)

Conheça o responsável por esta edição:

André Barros, o "Money Maker"

Especialista em Ações e Small Caps

O Money Maker é um investidor comum que desenvolveu sua própria estratégia de investimentos para reduzir riscos e ter uma melhor performance na Bolsa. Dono de um track record invejável, ele compartilha com seus seguidores suas avaliações sobre as melhores ações para comprar ou vender a cada semana.

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