Olá, investidor(a)!
Esse é mais um conteúdo da série Global Investor. Eu sou Marink Martins.
Somos frutos de nossas próprias experiências.
Eu, por exemplo, iniciei minha carreira um pouco antes da crise asiática, um evento marcante que exerceu enorme influência na minha forma de pensar o mercado.
Às vezes, não nos damos conta, mas carregamos diversas premissas; algumas podem ser extremamente perigosas.
No vídeo de hoje, apresento algumas premissas discutidas pelo analista Ben Carlson , da Ritholtz Wealth Management, quando perguntado sobre a forma de pensar do investidor que iniciou sua carreira logo após a grande crise financeira de 2008.
Premissas associadas à liquidez:
As premissas associadas à liquidez são as mais perigosas! Olhar os parâmetros da tela e concluir que deve se desfazer dos ativos que tem em carteira pelas informações ali encontradas nem sempre é algo positivo a se fazer. Mesmo quando falamos de gigantes como a Petrobras e a Apple, certas vezes nos deparamos com eventos surpreendentes, como o Flash Crash que ocorreu em 2010.
Ben Carlson, escritor e analista da Ritholtz Wealth Management, fala em seu artigo sobre as seis premissas que estão na mente do investidor que começou a sua carreira após a grande crise financeira de 2008. Isso nos leva à importância de enfatizar que todo início de carreira está alinhado com os acontecimentos do mundo naquele determinado momento; isso irá influenciar o pensamento do investidor. E, diante disso, vou discutir sobre as premissas listadas por Carlson.
Premissas perigosas
Diversificação Internacional: a diversificação internacional não funciona! Após a crise de 2008, diversificar internacionalmente não faz sentido. Tivemos o famoso "7x1" no placar financeiro, Estados Unidos contra o resto do mundo.
Investir somente em empresas de tecnologia: não somente investir em EUA, mas também apenas nas empresas de tecnologias. Diversificar para outros setores, aqui, não faz sentido. Olhando por esse viés, investidores de diferentes épocas podem observar e comparar as grandes tendências; hoje são as big techs, mas no passado já foi o petróleo, os bancos japoneses, TMT, Petro, Vale, PetroChina. Em cada década, uma estrela.
Então, indagar se as big techs possuem um tempo determinado é um bom questionamento!
Correções curtas: as correções no mercado são muito curtas e tem sido assim. Caiu? Comprou! Naturalmente, vivemos em um mundo de moedas fiduciárias, medindo performance contra os ativos, contra o dólar e até mesmo contra o real, que perdem o valor com o passar do tempo. A premissa de estar sempre comprado tem sido válida, podendo permanecer assim por um bom tempo.
Empresas petrolíferas: devem ser evitadas! Nos anos 70 não foi o caso, mas, atualmente, há razões para acreditar que as empresas petrolíferas podem ter novos ciclos e novas rotações.
Espere ganhar pelo menos 15% ao ano em dólar: para quem iniciou após a grande crise financeira, ganhar pelo menos 15% ao ano não foi uma tarefa difícil. Investindo no S&P 500, com uma carteira diversificada, os ganhos chegaram a 19%, algo acima do esperado. Essa é uma premissa muito perigosa!
As taxas de juros sempre caem! Essa foi uma verdade desde a era Paul Volcker, que elevou o Fed Funds para a casa dos 15%, 16%. De lá para cá, vimos que a taxa do Long Bond americano (título de 30 anos) só caiu. Hoje, essas taxas estão abaixo de 2%.
Neste momento pós-pandemia, estamos em um mundo de transições, um momento em que estamos voltando à normalidade, com questões associadas ao orçamento, teto do endividamento nos EUA, TGA, etc. Questões relacionadas à tributação, não apenas com a reforma do Imposto de Renda no Brasil, mas nos Estados Unidos também. Os ganhos obtidos com o corte de imposto de Trump podem estar indo embora.
E todas essas premissas podem perder a sua variedade com um estalar de dedos!
Até a próxima! Um abraço,
Marink Martins