Olá, investidores e amigos da Inversa,
Na edição de hoje da newsletter Do Mercado, falarei sobre algo que vem se destacando nas manchetes: a crise energética.
Cerca de 60% de nossa matriz energética, hoje, é concentrada em energia hidráulica. Agora, diante da maior crise hídrica dos últimos 91 anos, ela está ameaçada e já sentimos claros efeitos no presente e potenciais consequências bem sérias e importantes para o futuro.
Já começamos a sofrer essas consequências com a alta dos preços da energia, que tem efeitos diretos no bolso dos consumidores, bem como no custo de produção das empresas, que podem ser forçadas a trabalhar com uma margem de lucro menor ou ainda aumentar seus preços.
Resumidamente, esse efeito limita o potencial do crescimento do nosso PIB. E esse tipo de medida também tem efeitos políticos imediatos: por ser uma medida pouco popular, naturalmente cria um incentivo para que o governo tome medidas populistas para tentar contrabalancear esses efeitos negativos.
Olhando para o futuro, fica a grande dúvida: voltará a chover até outubro ou novembro, ou a seca irá se manter e a ameaça de racionamentos e apagões se tornará ainda mais real?
Isso é extremamente relevante, pois, no primeiro cenário, de normalização, o governo entraria em um ano eleitoral com os preços de energia mais baixos, o que seria uma boa notícia, capaz de ajudar na campanha eleitoral.
Mas o contrário é ainda uma possibilidade: se terminarmos o ano com o problema ainda não resolvido, o governo pode começar uma campanha com uma popularidade muito mais em baixa, o que tornaria o ambiente político ainda mais difícil de prever e traria mais volatilidade aos mercados.
A não ser que tenhamos uma surpresa positiva nos próximos meses, esse assunto tende a ganhar cada vez mais atenção conforme o tempo passa.
Você ficará por dentro de tudo, claro. Voltarei a falar sobre isso sempre que surgirem novidades relevantes para você e seu bolso.
Um abraço,
Rodrigo Natali