Nossos parceiros chineses
Por Ivan Sant'Anna
Como já contei outras vezes, todas as manhãs os especialistas, editores e colunistas da Inversa participam de uma reunião de pauta. Nela, comentamos os principais acontecimentos da véspera e da noite e decidimos sobre o que falar neste relatório diário.
Às segundas-feiras, sempre é mais difícil encontrar um bom tema. Justamente porque, por razões óbvias, “menas” coisas ocorrem no final de semana. Não foi o caso desta vez.
Para começar, o doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas dos Estados Unidos deu a entender que a Ômicron é pouco mais do que uma gripe forte, longe da letalidade da versão Delta da Covid-19.
No mercado, o bitcoin, que opera AM PM sete dias por semana, caiu de US$ 57.000,00 para US$ 43.000,00 de sexta para sábado, com alguma recuperação no domingo, mas mesmo assim fechando abaixo dos 50 mil dólares.
No cenário tupiniquim, Jair Bolsonaro anunciou que os preços dos derivados do petróleo irão cair esta semana, como se isso fosse uma dádiva dele, presidente, aos brasileiros e não consequência direta da queda da cotação do barril lá fora, permitindo que a Petrobras se mantenha coerente com a política que já vem praticando.
A melhor notícia do fim de semana na verdade não aconteceu no fim de semana. Nesta noite de domingo para segunda, quando já era dia útil na Ásia, o Banco Popular da China (PBoC), o BC de lá, anunciou que cortará a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reserva.
Num momento em que o Ocidente está iniciando um ciclo contracionista, os chineses já ensaiam o fim do seu e começam sua política dovish.
Nestes novos tempos, nos quais o Brasil depende mais da China do que dos Estados Unidos, trata-se de uma notícia alvissareira.
Nada mal para um início de semana.