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Nota do editor: Diversificação deve imperar nos investimentos: para decisões assertivas, não se iluda com o passado. E Pedro Cerize, um dos maiores gestores de ações do Brasil, lança seu novo livro sobre investimentos e vida. Você pode receber na sua casa através deste link.
Olá!
Aqui é o André Barros, o Money Maker.
Queria falar hoje sobre um tema interessante, muito importante para todos nós: a questão da diversificação.
Quando fazemos investimentos, obviamente, focamos na rentabilidade e no retorno da nossa carteira. Em nossas escolhas.
Neste momento, é até natural imaginarmos que o melhor caminho é direcionar nossa atenção e concentrarmos naquelas grandes apostas, nas que vão dar maior retorno.
Quando olhamos em retrospectiva, nosso olhar fica viesado e isso parece meio óbvio: por que eu não coloquei mais dinheiro naquela ação? E do outro lado, quando o papel cai: por que eu não coloquei menos dinheiro?
Concluindo: por que eu distribui meus investimentos? Seria mil vezes mais eficaz se eu tivesse somente colocado naquelas empresas ganhadoras...
Decisão hoje, desempenho amanhã
Pois é, mas este tipo de visão você só consegue de forma retrospectiva. Parece evidente, mas a tendência que temos ao longo do tempo é repetir esse erro.
Conforme algumas ações vão se mostrando mais bem-sucedidas, vamos na direção de reforçar aquelas posições e martelar em nossas cabeças a crença de que uma maior exposição naquele determinado ativo teria representado maior êxito.
Sim, teria, de fato, não tem como negar isso: contra números não há argumentos.
Contudo, a leitura retrospectiva é errada por não contemplar a verdade do mundo.
Aquele acerto que você teve, por mais que olhando em retrospectiva pareça extremamente bem fundamentado e pautado em uma decisão inteligente e correta (o resultado provou isso), mascara o fato de lá no início, na hora da decisão, por mais convicto que você estivesse, ainda haver possibilidade daquele cenário não se materializar.
As direções do mercado podem favorecer a sua tese, como podem também reforçar caminhos alternativos, caminhos diferentes.
O que nós precisamos como regra número um é, de fato, seguir o jogo.
Vencedores levam tudo?
Como regra número dois, precisamos potencializar nossos retornos. Por isso, a diversificação é extremamente importante.
Neste panorama, retomo algumas verdades que sempre proponho: prever o futuro é algo inviável, impossível (não faltam exemplos que nos mostram isso).
O grande problema é que obviamente, assim como a leitura em retrospectiva da performance da sua carteira, também acabamos tendo um viés ruim que é: só continuamos a falar sobre as previsões que dão certo.
Com isso, a impressão que temos é que existem muitos acertadores e poucos que erram.
A grande verdade é que aqueles que erram saem do nosso radar, vão para o ostracismo. Não ganham a mesma mídia em relação aos que acertaram.
É um filtro natural, porém nos leva novamente a conclusões erradas.
Diversificar para ganhar sempre
A diversificação te ajuda a justamente balancear suas posições, diluir seu risco e, se bem feita, ainda mantém seu potencial de retorno a longo prazo.
É algo para conversarmos mais em outros encontros, mas, em linhas gerais, se você diversifica de forma correta, você consegue preservar o retorno de seu portfólio reduzindo a volatilidade deste mesmo portfólio. Diminuindo o risco.
Quem me acompanha nas minhas séries que escrevo, Money Maker em Ação e Smart Trades, observa que agora começamos a incorporar esta visão.
Esta percepção se faz presente quando comentamos o “gatilho de alocação”, ao buscar trazer para a carteira ações de correlação menor com as posições já existentes.
Com um índice de Sharpe (indicador que mede o retorno de um ativo em relação à outro com taxa livre de risco) melhor do que as ações que temos atualmente na carteira.
Para fecharmos a conversa de hoje, acredito que a diversificação demanda muito mais tempo do que um único contato, mas gostaria que você ficasse com duas mensagens centrais.
A primeira: a diversificação é importante para a mitigação de riscos, com o intuito de sempre otimizar a performance da nossa carteira.
Investir tendo como norte a diversificação é necessário por não termos uma visibilidade sobre o futuro.
Sempre é preciso investir em diversos ativos porque as variações do mercado fazem com que posições distintas tenham performances diferentes.
O segundo ponto: quando falamos em diversificação, não é simplesmente escolher quaisquer empresas diferentes.
O conceito de diversificação passa pela diferenciação e escolha de empresas, setores e classes de ativos no tempo. E, inclusive, de você mesmo.
Temos uma infinidade de bons gestores que podem atuar como uma “diversificação de você mesmo”.
Em suma, a relevância e importância de você buscar diversificação na sua carteira é condição sine qua non em seu portfólio de investimentos.
Este tema, com certeza, valerá uma conversa mais a frente.
Vamos juntos?
Um abraço,
André Barros