Gritty Investor #33 - O seu guia para 2018

12 de janeiro de 2018
Sobrevivência financeira

Gritty Investor

Oi.
       
Nada mais cliché do que resoluções de ano novo. Perder peso, entrar na academia e ler mais já devem estar na sua lista. 
      
Aproveite para acrescentar uma coisa fácil de fazer e inclua no seu plano para 2018 um guia rápido de sobrevivência financeira. É sempre bom ter um plano de ação, mesmo sabendo que o plano não vai funcionar. Mas isso força você a pensar nos planos de contingência, ou seja, no que fazer se as coisas saírem fora do esperado. 

Resolução: Prepare-se para agir 

Para ser capaz de gerir os seus recursos, você deve ter acesso a quatro mercados principais: ações, Tesouro Direto, renda fixa e fundos de investimento com o menor custo de operação possível. Você não vai ser capaz de fazer isso no seu banco de varejo atual. 
         
Os assinantes da série A Carta já têm um guia disponível para isso. Nele indicamos uma corretora com baixo custo e simplicidade, que são suficientes nesse momento. Se você quiser operar mais ativamente, outras escolhas terão de ser feitas.

Plano de ação para 2018

Fase 1 – De hoje até dia 24 janeiro

Nessa fase que antecede o julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4, a estratégia deve ser continuar com uma carteira bastante investida em bolsa. 
    
A lógica nesse caso é bastante simples. Atualmente, Lula pode ser candidato e ser eleito presidente em 2018. No dia 24, pode acontecer um evento que inviabilize a candidatura. Com isso, temos um acontecimento que pode ser neutro (continuar candidato) ou positivo (sair do páreo). 
    
Minha experiência com esse tipo de evento indica que a maioria dos participantes vai optar por estar mais investida no dia do acontecimento. Independentemente do resultado, esse posicionamento vai sustentar o movimento de alta até lá. Na verdade, o resultado não é tão binário assim. Vamos preparar uma edição especial aos assinantes explicando quais os possíveis desfechos do processo e como se posicionar na véspera do evento. Ela estará no Espaço do Assinante no dia 23 de janeiro. Também avisaremos você por e-mail.
     
Não dá para falar isso hoje sem saber quais serão os preços da véspera. 
     
Até lá, minha principal recomendação é: não tome decisões baseado em leitura de jornal. As mais diversas formas de opinião e tentativa de influência vão se travestir de notícia. Todo mundo tem agenda própria nessa fase. Notícia mesmo será o resultado do julgamento.

Fase 2 – Batalha da articulação eleitoral

Definida a candidatura de Lula, começa a batalha final para definir quem sai candidato e como as forças políticas se organizarão para outubro. Tudo isso vai acontecer em meio à tentativa final do governo atual de aprovar a Reforma da Previdência. 
     
Esse será outro evento cujo único desfecho é positivo ou neutro. Não está na conta de ninguém a aprovação de uma reforma ainda neste governo. A combinação dos possíveis desfechos da Fase 1 com a Fase 2 criam cenários extremos de otimismo ou pessimismo. Se você quiser, você pode tentar adivinhar e fazer as suas apostas. Meu conselho é não tentar antecipar demais o futuro e se posicionar para cada um desses eventos. Só defina o que fazer na Fase 2 depois da Fase 1.

Fase 3 – Armistício da Copa

Quando todas as chapas estiverem registradas, alianças costuradas e os cenários possíveis definidos tudo vai parar para ver o Brasil na Copa do Mundo da Rússia. Nessa fase sem notícias aparentes, o mercado já vai precificar os cenários possíveis, pois as cartas já estarão lançadas na mesa. Nesse momento, você já terá um portfólio ajustado para a eleição. Será uma fase de poucas notícias, mas muitos sinais importantes: basta saber olhar. 

Fase 4 – A hora da verdade    

Terminada a Copa, começa a campanha aberta para presidente. Quem afirmar que já sabe o que vai acontecer é louco ou charlatão. Mas, independentemente do que for acontecer, o pêndulo da política só pode tomar duas direções: continuar a se mover na direção de reformas, disciplina fiscal e liberalismo, ou voltar para a agenda populista de esquerda. Para cada lado, devemos ter uma estratégia pronta. Ao longo do processo, sua carteira vai caminhar de acordo com o que a realidade apontar. Com essa cabeça, não há espaço para ansiedade ou indecisão. Você não controla a realidade, você se adapta a ela. Sua carteira não deve seguir sua preferencia política. Ela deve seguir o rumo que a política indicar.

Outubro é o mês da definição

Em outubro, vou disputar mais uma vez o mundial de Ironman no Havaí. São 3.800 metros de natação no mar, 180 km de pedal com muito vento, calor e subidas e 42.2 km de corrida a 35º C disputando com os melhores do mundo. 
   
Hoje estou longe de ser capaz de fazer bem essa prova. Existe um longo caminho de preparação até chegar lá. Por mais que eu queira planejar como vai ser essa trajetória, os imprevistos vão se encarregar de frustrar o melhor dos planos. Assim, só uma coisa me importa: sei que amanhã cedo vou acordar para pedalar. Depois vou fazer meu treino de natação e, à noite, minha corrida diária. A consistência é muito mais efetiva do que o planejamento no esporte (e nos investimentos). Mas planejamento tem sua função. 
   
Prepare-se para a eleição todos os dias até outubro: estudando sobre investimentos, lendo boas fontes de informação e ajustando, quando for necessário, sua carteira à medida que a realidade se revele. Estaremos juntos nessa aventura. E fique tranquilo que no final vai dar tudo certo.
   
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Um abraço,

Pedro Cerize

Conheça o responsável por esta edição:

Pedro Cerize

Gestor de fundos de investimentos e autor da série A Carta

Sócio-fundador da Inv e da Skopos Investimentos, Pedro Cerize é considerado um dos melhores gestores de renda variável do Brasil. Em sua série “A Carta”, analisa a economia brasileira e sugere alocações de investimentos. Também é autor da newsletter "Gritty Investor" e está à frente da série "1+100 Reloaded", além de participar da "Top Pix".

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