Cesta & Fundos #34 - 1,7 milhão de investidores na bolsa?

3 de janeiro de 2020
Investimento direto em ações não está tão disseminado assim, mas, olhando pelo lado positivo, o mercado brasileiro ainda tem muito a se desenvolver.

Sunday Notes

 

Antes de iniciar minha newsletter, não poderia deixar de desejar que 2020 seja um ano de muitas felicidades para você e família. Que seja um ano de prosperidade, realizações, sucesso e muito dinheiro no bolso. Ou melhor, na bolsa.

Olá, leitor Cesta & Fundos!

Durante todos os meses de 2019, você, investidor, foi bombardeado por notícias de portais financeiros alardeando o forte aumento do total de CPFs cadastrados na B3 a um número que, pela última atualização, já está próximo de 1,7 milhão.

Mas em muitas delas, não todas, o último parágrafo alertava que esse dado tinha relação com o número de cadastros em corretoras. Mas será que é isso mesmo?

Para averiguar uma informação, costumo sempre ir às fontes primárias dos dados, que nesse caso é a B3. Aqui neste link, você encontra exatamente a informação que procurei com todo o detalhamento. 

Na verdade, esse número de 1,7 milhão não se refere a CPFs, mas sim a contas abertas em corretoras que estejam ativas. Portanto, se você tem carteira de ações em duas corretoras, mas obviamente um CPF, este número é duplicado na contagem –infelizmente, a B3 ainda não informa o dado mais importante, que seria o real número de CPFs que já aplicam na bolsa.

Isso significa que o investimento direto em ações não está tão disseminado assim entre os brasileiros. Mas, olhando pelo lado positivo, de onde eu, como bom sofredor da síndrome de Pollyanna, prefiro olhar, o mercado brasileiro ainda tem muito mais a se desenvolver do que a maioria pensava.

Não quer dizer que a exposição das pessoas físicas seja baixa, já que também é possível se expor ao mercado acionário via fundos de ações e multimercados. Aliás, acredito que esta seja a porta de entrada de muitos investidores.

Se o mercado acionário é uma montanha-russa, nada mais prudente do que começar a testar seu apetite a risco usando a expertise de gestores profissionais que respiram mercado.

E mais do que isso. Quanto mais eles ganham dinheiro para você, mais recompensado eles são através do pagamento da tão famosa taxa de performance, cobrada dos cotistas caso a rentabilidade do fundo seja superior ao índice referência (geralmente o Ibovespa).

E você, caro leitor? Tem conta ativa, ou seja, com ações em custódia, em quantas corretoras diferentes?

O hábito de manter contas em mais do que uma corretora é saudável, principalmente para que você consiga comparar níveis de serviço. A proliferação de corretoras nos últimos anos trouxe a saudável competição, que derruba preços. Mas muita porcaria acaba chegando junto também.

Não há nada de errado em pagar taxas a mais em uma corretora em relação à outra, desde que isso seja acompanhado de um nível de serviço compatível.

Da mesma forma que sugiro que você não mantenha todos os seus ovos de ouro em um único fundo, esta também pode ser uma boa ideia no caso das corretoras.

Um forte abraço e até mais!

Luiz Cesta (twitter: @luizcesta)

Conheça o responsável por esta edição:

Luiz Cesta

Especialista em Ações e Fundos de Investimento

Duas vezes premiado como melhor analista de ações do Brasil, em 2006 e 2009, Luiz Cesta é engenheiro eletricista formado pela Poli/USP (2002). Passou por grandes bancos e corretoras de valores ao longo dos últimos 15 anos e acumulou experiência nas mais diversas áreas do setor, como análise de crédito, mesa de operações, atendimento corporate e, principalmente, análise de ações, sua verdadeira paixão.

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