Cesta & Fundos #15 - O valor do tempo

16 de agosto de 2019
Ao investir em boas empresas, você está ajudando a criar tempo para toda a sociedade.

Sunday Notes

 

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Caro leitor,   

Você é um porco capitalista? Investe em ações só pensando no próprio umbigo? Só pensa em ganhar dinheiro? Para responder, vou dar uma volta e tanta, mas logo concluo e te pergunto se essas questões fazem sentido.
   
Vamos lá. É consenso que “tempo é dinheiro”, correto? Essa é uma máxima já muito antiga. Ouço do meu pai desde que nasci.
   
Segundo minhas fontes altamente secretas (Google), Benjamin Franklin, um dos líderes da independência dos Estados Unidos, foi o criador da famosa frase.
   
Na verdade, Benjamin Franklin teria cunhado essa frase após ler numa das obras do filósofo Teofrasto (372-287 a.C.) que “o tempo custa muito caro”.
   
Benjamin Franklin, vale citar, também é criador da sempre atual frase “Um tostão poupado é um tostão ganhado”.    

Pois bem, resolvi filosofar também. Se tempo é dinheiro, o inverso também é verdadeiro: dinheiro é tempo.
   
Com dinheiro na mão, você pode, por exemplo, pedir uma quentinha no almoço ao invés de pegar seu carro, ir até o mercado, escolher o alimento, pagar, botar tudo dentro da sacola, voltar para sua casa, guardar o que comprou, cozinhar aquilo que deseja, gastar gás de cozinha, água e, por fim, comer.
 
Ah, faltou a parte de lavar a louça, que pode ser evitada caso a quentinha venha em embalagem descartável – e biodegradável, por favor.
   
Então, expandindo esse conceito de uma situação particular para algo muito maior, quando uma empresa realiza lucro, ou gera caixa, ela está criando tempo? Eu entendo que sim.
 
E vou além. Esse tempo criado é da humanidade.
   
Por outro lado, seguindo a mesma lógica, quando há prejuízo, a humanidade perde tempo.
   
E por que coloco aqui “humanidade”? Respondo: ter lucro, de forma simplificada, nada mais é do que fazer mais com menos. E quando se consegue isso o resultado é um excedente, que pode ser reinvestido na contratação de mais funcionários, na compra de máquinas, na melhora da qualidade do produto...
   
Claro, parte desse excedente também pode ser absorvida pelos sócios da empresa como remuneração do investimento. Ainda assim, esse dinheiro acaba sendo injetado na economia porque os sócios vão gastá-lo na aquisição de algum bem/serviço, transferindo o recurso para o fornecedor.
   
Mesmo se o excedente for poupado por meio de aplicações em títulos financeiros, ele, no fim, vai financiar alguma das atividades econômicas para a qual a instituição que emitiu tais títulos empresta dinheiro.
   
Esse excedente, que você pode chamar de lucro, permeia, portanto, toda a sociedade. Ele se transforma em frações de tempo distribuídas por uma cadeia infinita onde todos ganham.
   
Está achando tudo isso muito abstrato? Calma, não é tão difícil assim de entender. É só você pensar que quem recebe a sua parte no lucro ganha tempo para usar da forma como achar melhor. Em outras palavras, quanto mais dinheiro você recebe, menos tempo você precisa trabalhar para pagar suas contas e alcançar o seu sonho de consumo.
   
Ao investir em empresas, você está sempre na busca daquelas que irão entregar o maior excedente possível, abrindo espaços em seu tempo e no de outros. Na prática, fazendo isso, você está ajudando a criação de sobras, ou tempo, que irão beneficiar toda a sociedade.
   
E, mesmo que indiretamente, essa contribuição inclui estimular a criação de oportunidades de trabalho para aqueles que estão à margem desse processo. Sinta-se, então, orgulhoso em investir e ajudar as empresas ganhadoras, aquelas que farão a humanidade caminhar para um futuro mais próspero.
   
Acho que agora já dá para entender por que citei a expressão “porco capitalista” no início da crônica de hoje. Essa colocação continua fazendo sentido? Não, né?
   
Na próxima vez em que te chamarem de porco capitalista por investir e ganhar dinheiro na bolsa, diga que faz isso para o bem da humanidade. Por mais que o sujeito não te entenda, durma com a consciência limpa por estar, de alguma maneira, contribuindo a uma sociedade melhor.
   
Eu, aqui na Inversa, tento fazer minha parte sugerindo na série Fundos Expert os melhores fundos de investimento, numa busca incessante por ganho de tempo e dinheiro, ou dinheiro e tempo, para você.
     
Se você investir em empresas ou fundos lucrativos, todos ganharão tempo. Já se investir em empresas ou fundos que só dão prejuízo, o tempo será cruel com todos.
   
E aí? Você é um porco capitalista?
   
Quero saber o que você pensa sobre isso. Meu e-mail é este aqui: cestaefundos@inversa.com.br.   

Por hoje é isso. Até a próxima edição!

Luiz Cesta (@luizcesta ← Meu Twitter)

Conheça o responsável por esta edição:

Luiz Cesta

Especialista em Ações e Fundos de Investimento

Duas vezes premiado como melhor analista de ações do Brasil, em 2006 e 2009, Luiz Cesta é engenheiro eletricista formado pela Poli/USP (2002). Passou por grandes bancos e corretoras de valores ao longo dos últimos 15 anos e acumulou experiência nas mais diversas áreas do setor, como análise de crédito, mesa de operações, atendimento corporate e, principalmente, análise de ações, sua verdadeira paixão.

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