Nesta semana, teremos diversas divulgações de dados importantes tanto macro quanto microeconômicos, aqui e lá fora. Vamos listar primeiro os macroeconômicos, com um breve comentário, e depois a agenda de divulgação de resultados de algumas empresas brasileiras que consideramos serem as de maior relevância.
Nos Estados Unidos, teremos na quarta-feira (4), a reunião do FOMC, o comitê de política monetária do Fed, quando serão anunciados os novos passos no aperto monetário para combater a inflação.
Nos preços dos mercados futuros, vemos uma precificação que traz 50% de chance de alta de 50 basis points (bps) e 50% de 75 bps e talvez seja anunciado o programa de contração do balanço do Fed. Acreditamos que, dado o forte movimento de queda nas bolsas na semana passada, mais a tendência natural de Powell ser sempre mais dovish, achamos que é mais provável que o FOMC venha com 50 bps de alta.
Nesse caso, o mercado reagiria bem, pelo menos num primeiro momento. E, mesmo que isso seja negativo no final, o mercado norte-americano está tão condicionado a reagir positivamente com juros menores que poderemos ter um rally de curto prazo.
Além disso, na sexta-feira (6), teremos o dado de emprego americano, normalmente considerado o mais importante do mês. Acreditamos que atualmente os números de inflação estejam tendo mais peso, dado que o pleno emprego já é conhecido e que essa situação não deva mudar.
A reunião do Banco Central Europeu será na segunda-feira que vem, antes de o mercado abrir, às 8h45 (de Brasília). No encontro, é esperado que o time liderado por Christine Lagarde interrompa a compra de ativos para estimular a economia, mas deixe a alta de juros apenas para a próxima reunião, mesmo com a inflação europeia rodando até mesmo acima da americana devido aos efeitos colaterais do conflito entre Ucrânia e Rússia.
Aqui no Brasil, na quarta-feira (4), teremos a reunião do Copom. É amplamente esperado e já foi indicado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que deveremos ter uma alta de 100 bps, colocando a taxa Selic em 12.75%. Acreditamos que essa não deve ser a última alta, dado o comportamento recente da inflação.
Com isso, é bem provável que tenhamos, pelo menos, mais uma alta de 50 bps na outra reunião, o que colocaria a taxa em 13.25% ao ano. Apesar desse cenário, isso está amplamente precificado no mercado futuro de juros e, se acontecer mesmo, podemos ter uma pressão baixista no dólar e na bolsa.
Agenda de resultados
Segunda (2/5): Localiza
Terça (3/5): Klabin, Cielo, Marfrig, XP e Raia Drogasil.
Quarta (4/5): BRF, Grupo Pão de Açúcar, Suzano, Oi e CSN.
Quinta (5/5): Ambev, Gerdau, Bradesco, Engie, Renner e Petrobras.
Sexta (6/5): Porto Seguro e Sabesp.
Rodrigo Natali, estrategista-chefe, João Abdouni e Nícolas Merola, analistas CNPI
Nota dos editores: A economia global tem sérios desafios a vencer. A busca por “pleno emprego” e contenção da inflação nos EUA; a invasão da Ucrânia pela Rússia, que afeta os mercados globais de energia; medidas para conter um novo avanço da Covid-19, na China… As turbulências no mercado externo contribuíram para a Bolsa brasileira fechar abril com a maior queda mensal desde o início da pandemia. Tudo isso pode afugentar os investidores — principalmente se você não tem uma direção clara a seguir. Sócio da Inv, Pedro Cerize é um dos gestores mais bem-sucedidos do Brasil e suas ideias servem de “inspiração” para todos os perfis de investidores. Na série 1+100 Reloaded, você terá o privilégio de acessar a mente do homem que previu os últimos “ciclos de valorização” da Bolsa, para poder buscar lucros consistentes em meio a um cenário desafiador. Clique aqui para conhecer.