O que esperar da Eletrobras (ELET3)?

4 de julho de 2022
Desde a privatização da Eletrobras, suas ações valorizaram 15%. Mas, a partir de agora, o que podemos esperar da maior empresa brasileira de energia?

No último dia 14, ocorreu a privatização da Eletrobras e desde então suas ações valorizaram 15% enquanto o Ibovespa caiu 3% no mesmo período. Mas, a partir de agora, o que os investidores podem esperar da maior empresa de energia do Brasil?

Com 25% da capacidade de geração de energia e 40% das linhas de transmissão do país, a Eletrobras passou por uma capitalização de R$ 33 bilhões com o principal intuito de utilizar o montante para a renovação de 22 concessões, que passam a poder negociar energia no mercado livre, o que deve melhorar a rentabilidade da companhia. Por essas razões, a maior empresa do setor elétrico brasileiro foi o destaque do mês de junho dentre as ações do índice Bovespa.

Neste link você pode ler o Relatório Especial que deu início a nossa cobertura de Eletrobras.

 

Próximos passos

Agora, a empresa tem um controle pulverizado que conta com participação da 3G, XP, Banco Clássico, fundos internacionais, entre outros participantes que de forma conjunta indicaram novos membros do Conselho de Administração da companhia.

Com essa nova gestão, esperamos que os executivos devam fazer revisões das divulgações das demonstrações financeiras e já no próximo resultado trimestral, conseguiremos observar um aumento das provisões e ajustes, podendo afetar negativamente o balanço e o resultado de forma geral.

Neste primeiro momento, esse tipo de ajuste é comum quando ocorre uma troca de controle de determinada empresa. Fatos como questões de rescisões trabalhistas e reavaliação de ativos podem impactar os primeiros balanços que serão divulgados.

Outro fator que será interessante de observar nesta primeira divulgação é se teremos mudanças na estrutura societária. Na última divulgação, a estrutura estava assim:

Fonte: RI Eletrobras

Por enquanto, a principal mudança divulgada foi no braço de energia nuclear, como é o caso de Itaipu, que se manteve sob controle público. As mudanças podem impactar no curto prazo tanto os resultados da companhia como a performance das ações.

No entanto, para investidores com foco no longo prazo, processos de privatização de companhias elétricas trouxeram ótimo retorno ao investidor. Talvez, o exemplo mais famoso do mercado acionário seja a da atual Engie, privatizada em 1998, que entregou um retorno aos acionistas de 21% ao ano, patamar muito acima do Ibovespa que teve um retorno de 10% no mesmo período.

 

Conclusão

Com o processo de descentralização da Eletrobras, nas primeiras divulgações de resultados, poderemos esperar alguns fatores não recorrentes gerados pelos ajustes que a nova administração, agora privada, pode vir a fazer e que poderão piorar os resultados da companhia.

No entanto, em um horizonte de longo prazo, o investimento em operação parecidas trouxe um excelente retorno aos acionistas que optarem por alocar capital nos processos de privatização.

 

João Abdouni (CNPI).

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Conheça o responsável por esta edição:

João Abdouni

Analista CNPI

Graduado em Contabilidade e administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, João possui grande experiência em auditoria contábil, trabalhando por anos na Ernst & Young, famosa empresa inglesa de consultoria. Apaixonado pelo mercado financeiro, integra o time de especialistas em investimentos da Inv e está à frente das séries Premium Caps, Ações Alpha dentre outras.

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