Retrospectiva 2021: O Focus errou em tudo!
Por Rodrigo Natali.
O ano de 2021 ficará na memória por diversos motivos e para diferentes pessoas. Na história do mercado financeiro global, acredito que podemos destacar o começo da desaceleração dos estímulos liderados pela China e seguido, por último, pelos Estados Unidos.
Ao olhar para os Mercados Emergentes, avalio que o destaque seria a implosão da Turquia. Mas, analisando para casa, o destaque vai, na minha opinião, para o comportamento dos especialistas em Economia que conseguiram realizar a façanha de errarem (absolutamente tudo!), todos os dados importantes da economia brasileira.
Abaixo, você visualiza quais eram as previsões do seleto grupo Focus para 2021 feitas na primeira edição deste ano, em 8 de janeiro, e depois, as previsões da última edição. Compare:
Errar a inflação de consumo (nos IGPs foi ainda pior) por 200% é realmente uma façanha. E a Selic, por quase a mesma magnitude, mesmo essa tendo apenas oito reuniões por ano para ser movida.
Esse grupo, exalava a confiança de que estavam certos ao pressionar o Banco Central e o Tesouro Nacional a emitir títulos públicos pós-fixados (LFTs), ao invés de títulos pré-fixados, mesmo quando não havia demanda. Ou seja, quando os juros longos estavam nas baixas históricas, o nosso Governo, em vez de aproveitar as taxas baixas para alongar a dívida, preferiu rolar ela no overnight acreditando em uma maior queda, e essa decisão poderia acontecer quando as taxas estivessem melhor. A taxa pré de 3 anos, depois, subiu 100%, de 6,5% para 13% ao ano.
E, a incoerência se dá, pois, esse é o grupo de pessoas que hoje pede mais e mais juros altos, confiantes de que a inflação do ano que vem vai se descontrolar, mesmo sabendo que isso pode causar desemprego e prejudicar nossa tão necessária recuperação econômica. Com zero humildade, novamente, estão fazendo afirmações bem assertivas sobre algo que não controlam e que sabem que erram, como nada tivesse acontecido.
Vai ser raro ver isso de novo.
Porém, outras pessoas lembrarão do ano por outro motivo: o Palmeiras foi duas vezes campeão da Libertadores, algo inédito na história do futebol!
Um grande abraço,
Rodrigo Natali.