Houve de tudo na festa de posse de Lula ontem em Brasília.
Desde um show da drag queen Pabllo Vittar, que começou com mais de duas horas de atraso, sem contar a roupa amassada e rasgada da (ou do, me confundo com essas coisas) artista até a subida da vira-lata Resistência na rampa do Planalto, junto com representantes de todas as minorias (que formam uma grande maioria) brasileiras.
Pois bem, o mercado não gostou do que viu.
No instante em que teclo estas linhas, 12:20, o Ibovespa está caindo 3.540 pontos, ou 3,23%.
Nunca se pode afirmar o que exatamente está provocando a queda. Mas entre as coisas que Lula falou no Congresso e no parlatório do Planalto, destaco a seguinte frase.
“TETO DE GASTOS É UMA ESTUPIDEZ.”
Isso conflita com o que Fernando Haddad vem dizendo nos últimos dias a respeito de medidas de cortes de despesas ao menos no primeiro ano de governo.
Quando, em primeiro de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro pronunciou seu discurso de posse, logo na primeira newsletter Warm Up Pro do ano dei o seguinte título.
“O Ibovespa já fez a mínima de 2019”
Isso porque Bolsonaro, entre outras coisas, disse:
“…o governo não gastará mais do que arrecada…”
“Realizaremos reformas estruturantes, que serão essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas…”
“(estimularemos) a competição, a produtividade e a eficiência sem o viés ideológico.”
Se, a partir de 2020, com a chegada da Covid, ele deixou de cumprir essas promessas, isso é outra história.
O certo é que o primeiro Ibovespa de 2019 foi o menor do ano, tal como previ.
A queda de hoje na B3 é reflexo do que o mercado brasileiro achou das falas de Lula.
Pode ser que os investidores estrangeiros, que estão de recesso nesta segunda-feira, tenham se sensibilizado com as promessas do novo presidente brasileiro de parar de destruir a Amazônia, respeitar o meio ambiente e os povos indígenas e ter boas relações com todos os países e continuem a aplicar na Bolsa brasileira.
Por essa razão, não há como repetir a dose e dizer que o Ibovespa está fazendo a mínima do ano, assim como a máxima.
A opinião dos mercadores brasileiros já ficou clara. Resta saber como pensarão os gringos.
Um forte abraço,
Ivan Sant’Anna
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