Juros de 10%, mais cedo do que imagina

13 de agosto de 2021
Enquanto muitos imaginam que nossa taxa de juros só alcançará 10% daqui muitos anos, os dois dígitos na verdade já estão logo ali na esquina...

 

Juros de 10%, mais cedo do que imagina

Curva de juros esconde taxa de dois dígitos já para 2023
Por Rodrigo Natali

 

Se você ligar hoje num banco para fazer um CDB pré-fixado para o final de 2.023, provavelmente vai receber como referência uma taxa para a aplicação de pelos menos 9,05% ao ano. Mas, essa taxa na verdade, esconde um número maior: os juros esperados para o ano de 2.023 já está acima de 10%.

Como assim? Isso acontece porque a taxa de juros pré-fixada para os prazos mais longos é uma média de quanto está hoje até quanto o mercado projeta que estará lá no dia do vencimento da operação. E, como temos diferentes prazos, conseguimos deduzir algo que à primeira vista não aparece quando olhamos as taxas até o vencimento.

Nesse momento, a cotação dos títulos pré-fixados livres de risco (títulos do governo) que vencem ao final de 2022 está precificada a 8,35% ao ano.

No entanto, como disse acima, para o final de 2023 essa cotação sobe para 9,05%. Logo, uma vez que essas taxas são médias do rendimento daqui até o vencimento, os juros ao longo do ano de 2023 terão que ser bem mais altos que 8,35% para fazer a média subir até 9,05% como vemos nessa tabela abaixo, com as taxas médias dos títulos para os finais dos próximos anos:
 

 

Assim, para chegarmos a esse valor, a taxa real projetada pelo mercado para o ano de 2023, “escondida” sob esse 9,05%, portanto, é de 10,04%.

Dessa forma, enquanto muitos ainda tem a impressão de que os juros chegariam a patamares acima dos dois dígitos só no longínquo ano de 2028, concluímos que, na realidade, deveremos conviver com esse número já em 2023, com todos os riscos e oportunidades que essa nova realidade traz a reboque.

 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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