Caro (a) leitor (a),
Ainda hoje pela manhã, a Gerdau (GGBR4) publicou seu balanço referente ao quarto trimestre de 2021. Nele, a companhia apresentou um resultado ainda muito forte financeiramente, com alta geração de caixa operacional e diminuição relevante do endividamento, assim como no trimestre anterior.
Como já é conhecido, o ano de 2021 foi marcado pela desvalorização do real em relação ao dólar e da continuação do aumento de preço nas commodities de uma forma geral. O dólar, ao longo do ano, se valorizou aproximadamente 7% e o índice CRB (Commodity Research Bureau), um famoso índice do setor, registrou uma alta de 30%.
A Gerdau, por estar inserida no segmento, consequentemente se beneficiou. No quarto trimestre de 2021, ela não conseguiu crescer em produção de aço bruto (-3% vs. 4T20) ou em volume de vendas (-2% vs. 4T20), assim como não havia conseguido no trimestre anterior, mas, mesmo assim, entregou um resultado financeiro muito forte. No consolidado de 2021, a produção cresceu 9% e a venda 11%.
A receita no trimestre cresceu 58% vs. 4T20, para R$ 21,5 bilhões, enquanto o custo das vendas cresceu menos, 49%, apesar do forte aumento das matérias-primas para produção do aço da Gerdau, como a sucata, o minério de ferro e o carvão. Esse mesmo padrão é visto no resultado consolidado do ano, com a receita crescendo mais que os custos, 79% vs. 52%. Esses dados mostram, no mínimo, o poder da marca da companhia e sua capacidade de repasse de preço e aumento de margem em momentos chave.
Olhando para a geração de caixa operacional (EBITDA ajust.), ela foi de R$ 5,9 bilhões no trimestre, e cresceu 96% em relação ao 4T20 com margem (marg. EBITDA ajust.) de 27,8%, ou 5,3 pontos percentuais maior que no 4T20. No consolidado do ano, a geração de caixa cresceu 202% com uma margem de 29,6%, 12,1p.p. maior.
Por fim, algo importante de enfatizar é que ao longo do tempo a companhia vem estrategicamente utilizando do bom momento para se desalavancar. A dívida bruta que, no fim de 2020 era de R$ 17,5 bilhões, hoje passou para R$ 14,0 bilhões e é o grande destaque do trimestre. A alavancagem, a relação entre a dívida e a geração de caixa, era de 1,25 vezes e agora é de 0,30 vezes.
Com esse perfil de dívida bem controlado, a empresa está mais do que preparada para não só cumprir com o seu cronograma de investimentos e melhorias, como para distribuir cada vez mais lucros para os acionistas. De 2017 para cá essa distribuição variou entre 31 e 37% dos lucros da companhia.
Caso esse cenário se concretize, mesmo que em 2022 os patamares de preço dos produtos não se mantenham, a distribuição de dividendos deve se manter acima de 10% sobre o preço atual da ação.
Um abraço,
Nícolas Merola, CNPI
Nota do editor: se você quiser saber se nós gostamos das ações da Gerdau e qual o peso que ela tem em nossa carteira da Top Pix, conheça a série clicando aqui!