Gerdau (GGBR4): Lucros de aço

23 de fevereiro de 2022
Hoje pela manhã, a Gerdau (GGBR4) publicou seu resultado referente ao quarto trimestre de 2021. Entenda o que está por trás desses números.

Caro (a) leitor (a),

Ainda hoje pela manhã, a Gerdau (GGBR4) publicou seu balanço referente ao quarto trimestre de 2021. Nele, a companhia apresentou um resultado ainda muito forte financeiramente, com alta geração de caixa operacional e diminuição relevante do endividamento, assim como no trimestre anterior.

Como já é conhecido, o ano de 2021 foi marcado pela desvalorização do real em relação ao dólar e da continuação do aumento de preço nas commodities de uma forma geral. O dólar, ao longo do ano, se valorizou aproximadamente 7% e o índice CRB (Commodity Research Bureau), um famoso índice do setor, registrou uma alta de 30%.

A Gerdau, por estar inserida no segmento, consequentemente se beneficiou. No quarto trimestre de 2021, ela não conseguiu crescer em produção de aço bruto (-3% vs. 4T20) ou em volume de vendas (-2% vs. 4T20), assim como não havia conseguido no trimestre anterior, mas, mesmo assim, entregou um resultado financeiro muito forte. No consolidado de 2021, a produção cresceu 9% e a venda 11%.

A receita no trimestre cresceu 58% vs. 4T20, para R$ 21,5 bilhões, enquanto o custo das vendas cresceu menos, 49%, apesar do forte aumento das matérias-primas para produção do aço da Gerdau, como a sucata, o minério de ferro e o carvão. Esse mesmo padrão é visto no resultado consolidado do ano, com a receita crescendo mais que os custos, 79% vs. 52%. Esses dados mostram, no mínimo, o poder da marca da companhia e sua capacidade de repasse de preço e aumento de margem em momentos chave.

Olhando para a geração de caixa operacional (EBITDA ajust.), ela foi de R$ 5,9 bilhões no trimestre, e cresceu 96% em relação ao 4T20 com margem (marg. EBITDA ajust.) de 27,8%, ou 5,3 pontos percentuais maior que no 4T20. No consolidado do ano, a geração de caixa cresceu 202% com uma margem de 29,6%, 12,1p.p. maior.

Por fim, algo importante de enfatizar é que ao longo do tempo a companhia vem estrategicamente utilizando do bom momento para se desalavancar. A dívida bruta que, no fim de 2020 era de R$ 17,5 bilhões, hoje passou para R$ 14,0 bilhões e é o grande destaque do trimestre. A alavancagem, a relação entre a dívida e a geração de caixa, era de 1,25 vezes e agora é de 0,30 vezes.

Com esse perfil de dívida bem controlado, a empresa está mais do que preparada para não só cumprir com o seu cronograma de investimentos e melhorias, como para distribuir cada vez mais lucros para os acionistas. De 2017 para cá essa distribuição variou entre 31 e 37% dos lucros da companhia.

Caso esse cenário se concretize, mesmo que em 2022 os patamares de preço dos produtos não se mantenham, a distribuição de dividendos deve se manter acima de 10% sobre o preço atual da ação. 

Um abraço,
Nícolas Merola, CNPI

Nota do editor: se você quiser saber se nós gostamos das ações da Gerdau e qual o peso que ela tem em nossa carteira da Top Pix, conheça a série clicando aqui!

Conheça o responsável por esta edição:

Nícolas Merola

Ações e Fundos de Investimento

Formado em Engenharia Civil pela UVA (Universidade Veiga de Almeida - RJ) em 2017 e com MBA pelo IBEC/INPG em 2018. Nícolas começou a estudar sobre investimentos ainda no início de sua faculdade, quando se apaixonou pelo assunto. Depois de atuar por mais de três anos no mercado de renda variável, de forma autônoma, se juntou em 2019 ao time de especialistas da Inv.

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