Caro(a) leitor(a),
Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelas tropas de Adolf Hitler, os comunistas tiveram participação relevante no movimento de Resistência.
Após o conflito, eles se tornaram o maior partido político francês, mas não maior do que as demais agremiações somadas.
Assim sendo, ganhavam o primeiro turno, mas nunca conseguiram a maioria das cadeiras do parlamento de modo a eleger o primeiro-ministro (um presidencialismo só viria com de Gaulle).
Por outro lado, nas eleições municipais os comunistas costumavam eleger grande quantidade de prefeitos. Mas nunca passaram disso.
Com o passar do tempo, e a dissolução da União Soviética e do Pacto de Varsóvia, os comunistas foram perdendo relevância.
Hoje, o quadro é semelhante ao da maioria dos países da Europa: Centro, Centro-direita, Extrema-direita e Direita Radical, Esquerda, Centro-esquerda e Extrema-esquerda. A palavra “comunismo” costuma até ser evitada. Tornou-se anacrônica.
Ontem tivemos o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022.
Encerradas as apurações, o atual presidente, Emmanuel Macron, de Centro, obteve 27,8% dos votos; Marine Le Pen, extrema-direita (mas menos radical que seu pai), 23,1% e Jean-Luc Mélenchon, de extrema-esquerda, 22%.
Como é inconcebível que os eleitores de Mélenchon votem em Marine no segundo turno, acho que Macron será mantido no posto.
Por outro lado, se Lula vencer as eleições brasileiras de outubro, o relacionamento bilateral Brasil/França sofrerá uma guinada, já que Bolsonaro e Macron tornaram-se inimigos e o francês andou condecorando Lula.
Por sua vez, se Jair Bolsonaro vencer aqui, e Macron lá, vai continuar a pendência com os franceses, o que é ruim para nós.
Segundo artigo de Mario Sabino publicado em O Antagonista, e escrito antes do primeiro turno das eleições francesas, ao contrário dos brasileiros, eles não gostam de reeleger presidentes.
Acho que desta vez será uma exceção.
Ivan Sant’Anna
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