As 3 boas surpresas da temporada

17 de novembro de 2021
Hoje trouxemos uma análise de porque essas três empresas surpreenderam positivamente na mais recente temporada de resultados trimestrais.

As 3 boas surpresas da temporada

João Abdouni e Nícolas Merola, CNPI

 

 

Suzano (SUZB3)

Esse trimestre foi marcado pelo detalhamento do novo projeto de expansão da companhia, o Projeto Cerrado. Ele tem como objetivo aumentar a capacidade de produção de celulose, que hoje é de 10 milhões de toneladas por ano, em 25%.

Mesmo sem que o projeto esteja dando frutos para a companhia, consideramos que os resultados operacionais da companhia foram muito bons, principalmente pela geração de caixa de R$5,2 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao trimestre passado e 82% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A administração da Suzano também comentou que não pretende aumentar o endividamento para o desenvolvimento do projeto Cerrado, que terá um investimento total esperado de R$19 bilhões. Ou seja, entendemos que a companhia espera registrar nos próximos três anos uma geração de caixa suficiente para pagar esse investimento e concomitantemente continuar a sua trajetória de redução de endividamento.

Ao fim desse processo de investimento, restará para o investidor uma companhia com baixo endividamento e que, de acordo com nossas projeções, pode gerar R$25 bilhões por ano após 2024, quando o Projeto Cerrado estver em funcionamento. Ao valor de mercado atual, a taxa de retorno (TIR) é de pelo menos 20% ao ano.
 

Engie (EGIE3)

Assim como a Suzano, a Engie neste trimestre também entregou um bom resultado operacional. Sua geração de caixa foi de R$1,8 bilhões, 22% maior que no terceiro trimestre do ano passado e o lucro de R$639 milhões, 30% maior.

A companhia tem três principais linhas de negócios: a geração de energia, a transmissão de energia e o transporte de gás natural. 

Por conta da crise hídrica que o Brasil vem enfrentando, o segmento de geração de energia, que é majoritariamente composto por hidrelétricas, teve uma queda de 1,8% vs. 3T20, mas foi parcialmente compensado pelo crescimento do segmento de termelétricas, de 11% no mesmo período.

Já o segmento de transmissão de energia teve como destaque o Gralha Azul, que recebeu autorização para iniciar a operação das linhas de 230 kV entre Ponta Grossa e São Mateus do Sul em 21 de agosto, contribuindo para o aumento das receitas do segmento, que foi de  R$104 milhões, 13% maior que o 3T20.

Por fim, vem sendo preponderante para a solidez dos resultados da TAG, transportadora de gás controlada pela Engie, apresentar bons resultados constantes. A receita foi de R$1,8 bilhão no trimestre, um crescimento de 16% comparado com o mesmo período do ano anterior, e o lucro que cabe a Engie foi de R$152 milhões, crescimento de 49% na comparação com o terceiro trimestre de 2020.

O endividamento gerado pela aquisição da participação na TAG é atualmente de duas vezes sua geração de caixa e, à medida que ela é reduzida, o pagamento de dividendos e a percepção de geração de valor para o acionista tende a aumentar.
 

Ambev (ABEV3)

A Ambev, a maior cervejaria do mundo, gerou um lucro de R$3,7 bilhões no terceiro trimestre de 2021, um crescimento de 57% em relação ao mesmo período de 2020. 

O resultado foi impulsionado pelo aumento de 7,7% nos volumes, principalmente no Brasil, o que acarretou no crescimento de 18,5% das receitas da companhia, que atingiu R$18,5 bilhões. Do lado negativo as pressões de custos, continuam reduzindo as margens da empresa.

A posição de caixa da empresa é uma das mais tranquilas do Brasil. A empresa carrega uma reserva de R$16 bilhões, já descontando as dívidas.

O mercado, assim como nós, gostou dos números apresentados pela empresa que tem como acionista de referência Jorge Paulo Lemann e suas ações se valorizaram 15% desde que os resultados foram apresentados.

 

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Nícolas Merola

Ações e Fundos de Investimento

Formado em Engenharia Civil pela UVA (Universidade Veiga de Almeida - RJ) em 2017 e com MBA pelo IBEC/INPG em 2018. Nícolas começou a estudar sobre investimentos ainda no início de sua faculdade, quando se apaixonou pelo assunto. Depois de atuar por mais de três anos no mercado de renda variável, de forma autônoma, se juntou em 2019 ao time de especialistas da Inv.

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João Abdouni

Analista CNPI

Graduado em Contabilidade e administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, João possui grande experiência em auditoria contábil, trabalhando por anos na Ernst & Young, famosa empresa inglesa de consultoria. Apaixonado pelo mercado financeiro, integra o time de especialistas em investimentos da Inv e está à frente das séries Premium Caps, Ações Alpha dentre outras.

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Analista de Valores Mobiliários responsável (Resolução CVM n.º 20/2021): Nícolas Merola - CNPI Nº: EM-2240