Tesouro Selic ou Fundos DI: onde alocar a reserva de emergência?

30 de julho de 2021
Existem diversas alternativas para você alocar a sua reserva de emergência, mas a melhor delas é o bom e velho Tesouro Selic. Faça download do simulador para conferir.

Tesouro Selic ou Fundos DI: onde alocar a reserva de emergência?

Antonyo Giannini, CNPI


Existem diversas alternativas para você alocar a sua reserva de emergência, mas a melhor delas é o bom e velho Tesouro Selic. Faça download do simulador (em anexo) para conferir.

Se você está começando a investir agora, a Reserva de Emergência é aquela parcela do seu patrimônio que você deve guardar para se proteger de imprevistos na sua vida financeira (desemprego, problemas de saúde, entre outros).

Você deve deixar esse montante aplicado em algum investimento que esteja protegido do sobe e desce do mercado e que tenha liquidez imediata, para você poder usar o mais rápido possível caso precise. 

As melhores opções para alocar esta reserva são os Fundos DI e o Tesouro Selic.

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é considerado um dos investimentos mais seguros que existe. Isto porque neste tipo de aplicação você está emprestando seu dinheiro para o Governo e para que você perca esse dinheiro o país teria que quebrar. Nele, a sua rentabilidade depende da taxa Selic, que atualmente é de 4,25% ao ano e uma pequena taxa adicional que varia entre 0,02% e 0,03%, para cima ou para baixo. 

Fundos DI 

Já os Fundos DI são fundos de investimentos de renda fixa que devem investir no mínimo 95% do seu patrimônio em títulos públicos atrelados à taxa Selic. Como ele também investe em títulos onde o emissor é o Governo Federal, o risco desse investimento também é baixo.

Mas cuidado com as armadilhas: não invista em fundos DI que cobrem taxas de administração ou performance, porque isso vai diminuir muito a sua rentabilidade final.

Saliento que os CDBs de liquidez diária de bancos e corretoras não são instrumentos indicados para você alocar sua reserva de emergência, pois são títulos de crédito privado e mesmo que você justifique que eles possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para investimentos de até R$ 250 mil por CPF e por instituição emissora, se o banco falir você vai ter uma baita dor de cabeça para reaver os recursos.

As duas aplicações que comentamos possuem três características muito importantes para levarmos em consideração: 

⦁ Liquidez Diária: Muitos fundos DI oferecem a opção de resgate no mesmo dia, mas no caso dos títulos do Tesouro Direto isso não acontece. Se solicitar os recursos após o horário comercial, o dinheiro só cai na conta no próximo dia útil.

⦁ Baixo Risco: Como os fundos DI investem majoritariamente em títulos emitidos pelo Governo, eles possuem praticamente o mesmo risco do Tesouro Selic.

⦁ Aplicação mínima baixa: É possível investir no Tesouro Selic com pouco mais R$ 100,00 e em alguns fundos DI com até menos do que isso

Tributação

Em relação ao pagamento de impostos, ambos seguem a tabela regressiva de IR, que vai reduzindo à medida que o dinheiro permanece aplicado de acordo com a tabela abaixo:

Adicionalmente, o Tesouro Selic também possui a cobrança semestral da taxa de custódia de 0,125% (0,25% ao ano) se você tiver mais de R$ 10 mil investido. Por outro lado, o fundo DI possui o chamado imposto ‘come-cotas’, que é um adiantamento do imposto de renda, cobrado duas vezes por ano. 

Rentabilidade

Em relação à rentabilidade, o Tesouro Selic fica na frente. Como já disse anteriormente, ele rende a taxa Selic mais uma taxa que pode variar entre 0,02% e 0,03% para cima ou para baixo. 

Já o fundo DI tenta acompanhar o desempenho do CDI, que costuma ser cerca de 0,10 p.p. menor do que a taxa Selic.

Escolher entre um e outro pode ser uma tarefa complexa, mas ficará muito mais simples a partir de agora. Faça o download do simulador em anexo que fizemos para saber o que vale mais a pena para você!

A conclusão que tive foi que os Fundos DI são indicados apenas se o recurso investido for de pelo menos R$ 24 mil e o prazo de resgate for entre 1 e 12 meses ou; se o  recurso investido estiver entre R$ 21 mil e R$ 23 mil e o prazo de resgate for entre 6 a 12 meses.

Essa tabela pode sofrer alteração de acordo com a (i) determinação da taxa Selic, (ii) a data do seu aporte e (iii) sua distância para a próxima data de cobrança do come-cotas. 

Como estamos tratando de reserva de emergência e que é impossível prever se e quando você irá precisar resgatar o investimento sugiro que você vá de Tesouro Selic.

Mas eu já tenho investimento em um dos dois. Vale a pena resgatar e seguir sua orientação? 

NÃO!

Fiz uma simulação e, independentemente do prazo para o resgate e o valor do investimento, não faz sentido você resgatar esse recurso (a não ser que ele esteja em um fundo DI que renda menos de 99% do CDI e/ou cobre taxa de administração). 

Sendo assim, deixe o dinheiro lá e vamos pensar nos próximos aportes, ok?

Um abraço!

Conheça o responsável por esta edição:

Antonyo Giannini

Analista CNPI

Antonyo Giannini é analista CNPI formado em Ciências Econômicas e Administração de Empresas pelo Insper, com passagem pela Universitat Autònoma de Barcelona, na Espanha. Atualmente é responsável pelas carteiras Premium Caps, Ações Alpha e Renda Passiva Semanal, onde segue uma estratégia de renda com derivativos utilizando linguagem de programação avançada. Após anos estudando o mercado financeiro, se juntou em 2020 ao time de especialistas da Inversa Publicações.

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