Mercadores da Noite #257: Retalhos literários – nova versão

1 de janeiro de 2022
Ao mesmo tempo em que um cientista descobria uma nova matriz energética, a “fusão fria”, uma plataforma no mar Cáspio encontra a maior jazida de petróleo do planeta.

Caros(as) leitores(as),

Em 2002, resolvi escrever uma ficção ambientada no mercado internacional de petróleo.

Em suma, a história era a seguinte: ao mesmo tempo em que um cientista descobria uma nova matriz energética, que ficou conhecida como “fusão fria”, uma plataforma no mar Cáspio encontra a maior jazida de petróleo do planeta.

As duas coisas simultâneas provocam o maior bear market de petróleo e derivados de todos os tempos. Só que, para escrever o livro, eu precisava passar uma semana em uma plataforma da bacia de Campos, para ver como é o cotidiano das pessoas que trabalham nesses lugares, já que não teria acesso a uma equivalente no mar Cáspio.

Solicitei ao departamento de relações-públicas da Petrobras que me autorizasse essa estadia. Depois de longo tempo, eles me ofereceram uma visita de duas horas, indo e voltando de helicóptero, junto com diversos jornalistas.

Como duas horas não me serviriam de nada, desisti do projeto, no qual fazia muita fé.

Só que já tinha escrito alguns capítulos. Por isso transcrevo hoje o primeiro deles, uma vez que estou ciente que esse livro jamais será terminado, muito menos publicado.

         “O professor Mario D'Angelo esperou que as luzes de Nogales se desfizessem na distância, tornando-se não mais do que uma nebulosa amarelo-alaranjada no espelho retrovisor de sua moderna camionete KSK, e diminuiu a velocidade.

         D’Angelo passou a procurar, à sua direita, uma estrada secundária, que descobrira alguns dias antes, trilha arenosa − das muitas existentes no deserto de Sonora, usadas pelos praticantes de ralis e de corridas offroad - que não conduzia a lugar nenhum. Mas, desta vez, o velho italiano só a viu quando se encontrava praticamente em seu través, o que o obrigou a frear bruscamente. A manobra fê-lo sentir um frêmito de prazer; trouxe-lhe recordações de outras freadas, dos tempos de juventude, quando inseria o minúsculo Fiat de seu pai entre os bólidos que treinavam para as Mille Miglia italianas.

         Já na via secundária, o professor acionou o sistema de tração nas quatro rodas. As engrenagens do diferencial dianteiro entraram em ação sem nenhum solavanco ou ruído. A KSK não pareceu sentir diferença entre a rodovia asfaltada e a trilha. Continuou rodando macia, sem que as rodas transmitissem ao volante os impactos recebidos do terreno irregular.

         O professor tinha ciência de que, mais à frente, os buracos e pedras seriam maiores e que o piso se tornaria por demais arenoso, havendo grandes possibilidades da camionete, mesmo tendo tração nos dois eixos, se atolar na areia fina e fofa. Mas D'Angelo não pretendia ir muito longe. Só desejava afastar-se um pouco do barulho e das luzes da rodovia 15 para contemplar a noite no deserto e deliciar-se com sua quietude.

         Após percorrer um pouco menos do que três quilômetros de trilha, ele apagou lanternas e faróis, com o carro ainda em movimento. A escuridão o desnorteou. Assustado, voltou a acender as luzes e pisou fundo no pedal do freio. A KSK derrapou na areia e postou-se num ângulo de 45 graus com o eixo da estrada. D'Angelo apagou novamente os faróis. Depois de atrapalhar-se com o comando de desengate da fivela do cinto de segurança, pôde abrir a porta e sair do veículo, que bloqueava totalmente a trilha. Não se preocupou com isso. Ninguém iria passar por ali. Não à noite.

         O professor abriu a braguilha da calça, projetou o corpo um pouco à frente e urinou ao lado do carro. Mesmo estando sozinho, e no escuro, sentiu-se um menino travesso ao fazê-lo. Experimentou também certo prazer físico. Urinar, defecar uma vez por dia, eram os últimos gozos que seus 72 anos lhe permitiam. Um câncer de próstata -- que redundara numa prostatectomia radical -- e severos regimes alimentares para conter um diabetes em estágio avançado já lhe haviam cortado outros prazeres da carne e dos sentidos, limitados agora ao prosaico descomer cotidiano.

         Como gostava muito do deserto, principalmente quando podia visitá-lo à noite, o professor Mario D'Angelo, sempre que tinha uma folga de tempo, procurava afastar-se da 15, no caminho de volta do laboratório da KSK. Ele morava numa casa ao sul de Nogales, onde sua mulher, Isabella, costumava aguardá-lo ao fim do dia com uma travessa fumegante de pasta dietética. Com a descoberta da nova trilha, a contemplação noturna podia ser feita sem desviar-se muito da rodovia principal.

         Aos poucos, seus olhos se acostumaram à escuridão. Pôde perceber a silhueta da camionete contra o fundo de dunas. O silêncio da noite só era quebrado pelos estrídulos dos insetos do deserto, pelos estalidos do motor de 230 cavalos resfriando-se e pelo roncar, ao longe, dos caminhões que trafegavam entre Nogales e Hermosillo.

         O velho italiano olhou ao redor, como se fosse necessário certificar-se de que ninguém o espionava, e, voltando a sentir-se um adolescente, produziu do bolso da camisa um cigarro avulso que filara do guarda de segurança ao sair do trabalho. Abriu a porta da KSK e usou o isqueiro do veículo para acendê-lo. Só as pequenas criaturas do deserto puderam ouvir seu acesso de tosse, ao dar a primeira tragada. Mas o prazer da nicotina nos pulmões suplantou, por larga margem, o incômodo da rejeição.

         D'Angelo tirou partido da débil iluminação da brasa do cigarro para, com alguma dificuldade, subir numa rocha à beira da trilha. Sentou-se na pedra e arrastou-se para trás, até poder apoiar as costas na superfície inclinada de outra rocha, bem maior. Reclinou-se, apoiou a cabeça num travesseiro que produziu com seu braço direito dobrado em V, e olhou para cima.

         Era o que mais apreciava naquela região do México: o céu, principalmente nas noites sem lua, quando as estrelas se revelam em sua plenitude. Mas D'Angelo não as via com olhos de especialista, já que, do posicionamento de astros e constelações, pouco adicionara ao seu conhecimento de ginásio.

         Mario D'Angelo, físico, pesquisador contratado pela montadora de automóveis alemã KSK, gostava de olhar os astros em busca de inspiração para seu trabalho. Este consistia na tentativa de desenvolver, na Terra, condições em que os núcleos atômicos se fundissem, liberando grande quantidade de energia, como ele sabia estar ocorrendo em cada uma das estrelas do firmamento, que nunca se cansava de admirar.

         Mas o tipo de fusão nuclear que o velho sábio se propunha a desenvolver era a Fusão Fria, da qual era um dos mais obstinados adeptos. Tratava-se de um processo de geração de energia não radioativa, abundante, barata, segura e não poluente, que D'Angelo tentava produzir e controlar nos laboratórios da KSK, junto à unidade montadora de camionetes em Nogales.

         O assunto teve início no dia 23 de março de 1989, quando dois químicos da Universidade de Utah, Stanley Pons e Martin Fleischmann, anunciaram a descoberta. Segundo eles, a Fusão Fria ocorrera ao processarem, por eletrólise, átomos de paládio e de platina imersos numa solução de água pesada, à temperatura ambiente. No experimento, dois núcleos de deutério (um isótopo do hidrogênio) se fundiram formando um núcleo de hélio e desprendendo grande quantidade de energia ao fazê-lo. Em suma, a grande descoberta científica dos últimos tempos.

         Os problemas energéticos da humanidade pareciam resolvidos, como que num passe de mágica. Sem falar no fim da hegemonia dos países produtores de petróleo.

         Entretanto, cinco semanas após o anúncio de Utah, a tese foi demolida, numa dramática sessão da Sociedade Americana de Física, em Baltimore, por três cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), que provaram não haver a menor evidência de que o processo houvesse ocorrido, muito menos seus resultados.

         A partir desse tiro mortal, o establishment científico passou a ignorar solenemente os anúncios de experimentos de Fusão Fria. Mas as tentativas continuaram a ocorrer. Em diversos países, pequenos grupos de seguidores fiéis, em geral financiados por empresas privadas, continuaram perseguindo resultados positivos. Entre esses adeptos, o professor italiano Mario D'Angelo.

         A KSK era uma tradicional empresa automobilística da Alemanha, cujos primeiros modelos remontavam ao início do século XX. Resistira às derrotas alemãs nas duas Grandes Guerras. Suas linhas de montagem produziam automóveis considerados entre os mais sofisticados do planeta.

         Nos últimos anos, entretanto, a empresa vinha padecendo do mal que afligia boa parte da indústria do país: sindicatos fortes, salários altos, excesso de benefícios sociais, tudo isso resultando em preços finais pouco competitivos.

         A América do Norte se unira através do NAFTA, tratado comercial que abolia as tarifas alfandegárias entre Estados Unidos, Canadá e México. Foi o argumento decisivo para que a KSK deslocasse parte de suas linhas de montagem para o outro lado do Atlântico. Montara um complexo industrial em Nogales, onde pagava salários mexicanos, produzia automóveis alemães e os vendia para o rico mercado americano.

         O empreendimento se viu ainda mais recompensado quando a linha de camionetes KSK tornou-se um estrondoso sucesso de vendas. Chegou mesmo a ameaçar a liderança do Jeep Cherokee, da Chrysler, um dos maiores êxitos da indústria automobilística dos últimos tempos, que servia como ponto de referência aos demais fabricantes.

         Na verdade, a direção da KSK não acreditava seriamente na Fusão Fria. Mas, just in case, decidira reservar-lhe alguns milhões de dólares, um não muito dispendioso tiro no escuro.

         A escolha do local do laboratório fora estratégica. Era de boa política com o governo mexicano ter algum tipo de pesquisa em Nogales, para não parecer que a montadora usava das favoráveis condições econômicas e fiscais para não mais do que reproduzir modelos concebidos na Alemanha.

         O mesmo se poderia dizer de sua conveniência. Um fracasso nas pesquisas ficaria fora do alcance da bisbilhotice tanto da mídia quanto da concorrência. Mais, seria um fracasso mexicano. Já, qualquer tipo de êxito, bem, um êxito não só seria considerado alemão como resultaria em benefícios incalculáveis para a ciência e, por que não dizer, para os cofres da montadora. Automóveis KSK movidos a Fusão Fria!, patente KSK de Fusão Fria!, royalties!… Mas eram hipóteses das mais remotas e os alemães sabiam disso.

         O professor Mario D'Angelo entrara na história não só por ser um dos defensores da discutida teoria, mas porque não havia na Alemanha, nem no México, cientistas qualificados que acreditassem no processo.

           Em outros tempos, D'Angelo dirigira uma pequena equipe de cientistas num laboratório de física de baixa temperatura da agência italiana ENEA, num subúrbio de Roma. A imprensa local chegara a denominá-lo de Prometeu italiano, numa época em que a ENEA, para conseguir mais verbas do Parlamento, anunciara com estardalhaço o resultado, aparentemente favorável, de uma de suas experiências com Fusão Fria.

         Só que o obtido fora não mais do que a emissão de um punhado de nêutrons, o que, teoricamente, presumia calor. Coisa vaga, de difícil comprovação e medição. Logo o professor foi relegado ao esquecimento, embora suas convicções com relação ao assunto permanecessem inabaláveis.

         Ao se aposentar, ele soube que a KSK procurava cientistas para desenvolver experimentos de Fusão Fria no México. Ofereceu-se. Foi aceito e escolhido para dirigir o laboratório, coisa que fazia com reduzida equipe de físicos e eletroquímicos mexicanos.

         E, na calada do esquecimento, os testes começavam a dar certo. Nas últimas semanas, os reatores de Nogales vinham produzindo energia na proporção de 5 watts de output para cada watt de input.

         Enquanto olhava para as estrelas, reclinado nas pedras, Mario D'Angelo pensou no quanto estava próximo do êxito. Só que, desta vez - com a concordância de seus subordinados mexicanos -, os resultados seriam passados, exclusivamente, à direção da KSK, na Alemanha, jamais à imprensa. E, mesmo assim, só quando tivessem a mais absoluta certeza de sua viabilidade prática, não alguns watts de excesso de energia.

         O devaneio do professor foi interrompido pela musiquinha de chamada do aparelho telefônico celular, que deixara no interior da camionete.

         Pensou imediatamente em Isabella. Provavelmente ela estava ligando para lhe pedir para comprar, em algum comércio à beira da rodovia principal, algo para enriquecer a ceia de passagem do Ano-novo, dali a quatro dias. Sem falar espanhol, nem inglês, e muito menos guiar carros, a velha e boa Isabella quase sempre se valia do marido para as compras da casa.

         Descer da pedra foi mais fácil do que subir. Alguns segundos e o professor retirou o telefone do encaixe, no console de madeira situado no centro do painel da KSK. Sentou-se no banco do carona.

         Em vez da mulher, quem chamava era Jorge Daniel, principal assistente de D'Angelo, com seu inglês arrastado e vacilante.

         “Professor”, perguntou excitado o mexicano, “o senhor pode falar? Quero dizer, o senhor está dirigindo?”

         “Não, Jorge. Não estou dirigindo”, D'Angelo pensou em revelar ao outro que se encontrava sozinho, no deserto, admirando as estrelas, mas desistiu. Tal coisa, alguns anos antes, seria interpretada como excentricidade de cientista. Mas aos 72 poderia ser confundida com caduquice. “Não, Jorge. Eu não estou dirigindo”, repetiu. “Parei para atender a um chamado da Mãe Natureza.”

         “Um chamado de quem? Ah, entendo, professor. Da Mãe Natureza”, Daniel soltou uma risada tímida, sem a menor espontaneidade.

         D'Angelo nada disse. Limitou-se a aguardar que o assistente explicasse o motivo da ligação extemporânea.

         “Professor”, o mexicano elevou um pouco a voz, “acho que o senhor vai ter de voltar para o laboratório.” Calou-se por alguns segundos, só para criar um clima de suspense, e extravasou sua alegria: “Conseguimos, professor! Professor, conseguimos!”

         “Conseguimos o quê, Jorge?”, D'Angelo sabia que o outro só podia estar se referindo aos resultados da experiência. Mas, nos últimos anos, tornara-se catedrático em frustrações. Não ousou arriscar um palpite. Olhou o relógio no console do carro. Viu que deixara o laboratório havia pouco mais de uma hora. Tempo insuficiente para acontecer alguma coisa relevante. Ainda mais numa sexta-feira, espremida entre o Natal e o Ano-novo, na qual a maioria dos funcionários saíra mais cedo. Voltou a perguntar: “O que foi que aconteceu? Fala, homem de Deus!”

         “Professor, o senhor se lembra daquelas lâminas de platina e paládio que pedimos a Cavendish? Bem, elas chegaram hoje pela manhã, mas só foram entregues ao laboratório alguns minutos depois que o senhor foi embora.

         D'Angelo sabia bem do que se tratava. Alguns meses antes, solicitara à matriz, na Alemanha, lâminas ultra-puras de platina e paládio. Teriam de ser obtidas no Laboratório Cavendish, da Universidade de Cambridge, Inglaterra, que produzia as amostras mais puras do planeta.

         “Mas é claro que me lembro”, o professor desapontou-se ao perceber que o tal acontecimento extraordinário, motivo da excitação do mexicano, era somente a chegada do material. “Quer dizer que chegaram”, comentou, sua voz não escondendo a decepção. “Mas não há necessidade de eu voltar aos laboratórios, só por causa disso. Na segunda-feira nós poderemos…”

         “Professor, eu submeti água pesada à eletrólise, sobre uma lâmina de platina, das que vieram da Inglaterra. O senhor pode não acreditar, mas acho melhor vir aqui correndo. Acabo de obter uma leitura de 1/5.000.”

         Um por 5.000. Se o mexicano não estivesse mentindo - e D'Angelo não tinha a menor razão para supor isso - o laboratório da KSK em Nogales acabara de virar uma página da História da Ciência, e até mesmo da Humanidade, decretando, possivelmente, o fim da Era do Petróleo.

         Zonzo com a notícia, D'Angelo disse a Daniel que estava voltando. Ligou o motor e acendeu os faróis. Mas, na pressa de manobrar a camionete, o velho descuidou-se. Deixou que a frente do veículo saísse da trilha e o eixo dianteiro ficasse preso numa pedra.

         Desolado, desceu da camionete e esgueirou-se sob o chassis. O reflexo das luzes do carro na areia clara lhe permitiu ver o que acontecera.

         Após estudar a situação por alguns instantes, o cientista passou a escavar, sofregamente, a areia acumulada dos lados da pedra, para poder removê-la. Perdeu um bom tempo nisso. Por fim, conseguiu. Resolveu descansar alguns minutos, antes de concluir o trabalho. Suava abundantemente, apesar do frio do deserto.

         Já se preparava para voltar ao serviço quando, subitamente, nas profundezas de sua caixa torácica um coágulo traiçoeiro se moveu e obstruiu uma das coronárias. A dor lancinante, que se seguiu, irradiou-se pelos braços, ombros e refletiu nas mandíbulas. Mario D'Angelo olhou para as estrelas pela última vez, pensou na injustiça do destino e morreu.

Forte abraço, um bom fim de semana e um ótimo ano novo!

Ivan Sant’Anna

Conheça o responsável por esta edição:

Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

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