Investigador Financeiro #107 - Ainda é hora de comprar dólar, bitcoin e ouro?

27 de maio de 2020
Todos buscam antever o mercado, mas é impossível saber a direção: entre tantas perguntas, diversificação é a resposta.

Olá.

Esta semana uma amiga me ligou perguntando sobre como comprar bitcoins. Ela leu que a moeda digital está subindo neste ano, enquanto a maioria dos investimentos está caindo.

Durante a conversa, ela também me questionou sobre outros investimentos que costumam subir em momentos de crise.

O dólar logo entrou no papo, junto com o ouro, pois eles funcionam como seguros clássicos de uma carteira de investimentos.

E, se olharmos especificamente esses três ativos, veremos que eles realmente subiram neste ano, enquanto muitos investimentos caíram, especialmente a Bolsa. 

Veja na tabela abaixo, os dados referentes a abril:

Fonte: Seu Dinheiro

A questão é: ainda dá entrar? Ou o tempo já passou?

Antes de entrar nisso, quero sugerir a você a minha última newsletter sobre investimentos seguros. Para poder ter uma maior segurança, o melhor mesmo é diversificar.

E é aí que entram esses “seguros” na carteira, como o dólar e ouro. Os especialistas da Inversa sugerem sempre ter algo entre 5% a 7% do seu portfólio nesse tipo de ativo para blindar seu patrimônio.

A questão é que, neste momento, ter seguros está mais caro. Pense no dólar: ele foi perto dos R$ 6 e, agora, já caiu um pouco. Será que ainda vale?

Como conversei com a minha amiga, é impossível prever se o dólar vai subir ou vai descer. A moeda americana parece alta agora? Mas e se o impeachment do presidente Bolsonaro avançar e o dólar chegar a R$ 7?

A mesma coisa vale para o ouro, que pode subir ainda mais por causa das baixas taxas de juros no mundo e a busca por ativos à prova de crise.

Por isso, ao investir também precisamos contratar seguros, como de carro ou de casa. Você não sabe o que pode acontecer, concorda?

E, na minha carteira, consigo ver isso claramente nos últimos meses, pois as aplicações em dólar e ouro acabam balanceando e minimizando as perdas de outros ativos, como os de renda variável.

Já vi isso durante as últimas eleições presidenciais também. Em momentos de tensão, vimos alta do dólar seguidos de uma baixa na Bolsa.

Em relação ao bitcoin, aqui fica uma incógnita. Eu confesso que estava bastante ansioso para saber como a moeda digital iria se comportar no meio de uma crise brava. E ela surpreendeu muita gente!

Eu, particularmente, ainda não considero como “seguro” na minha carteira, pois o ativo é volátil. No entanto, neste momento, a moeda digital tem apresentado essa característica. Mas ainda mantenho como investimentos na categoria de maior risco, focando em retornos maiores. 

Eu me considero um investidor conservador, mas não “medroso”. Tenho uma reserva de emergência acima do recomendado pelos especialistas. Respeito as alocações e tenho seguros, como ouro e dólar, mesmo em momentos em que não vale a pena. Mas meu foco é aumentar patrimônio.

O meu mantra é sempre se preparar para o pior, especialmente em momentos em que o mercado está entregando altos retornos. O perigo maior é na alta, quando todos estão eufóricos, não na baixa, quando tudo já está no fundo. 

Mas ainda vale a pena comprar dólar, ouro e bitcoin agora?

A melhor forma de responder isso é olhar para os seus investimentos hoje e se fazer a pergunta: será que minha carteira está diversificada se as coisas piorarem?

Eu e você não podemos prever o futuro, mas podemos nos preparar para ele.

Um abraço,

André Zara

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

A Inv é uma Casa de Análise regulada pela CVM e credenciada pela APIMEC. Produzimos e publicamos conteúdo direcionado à análise de valores mobiliários, finanças e economia.
 
Adotamos regras, diretrizes e procedimentos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários em sua Resolução nº 20/2021 e Políticas Internas implantadas para assegurar a qualidade do que entregamos.
 
Nossos analistas realizam suas atividades com independência, comprometidos com a busca por informações idôneas e fidedignas, e cada relatório reflete exclusivamente a opinião pessoal do signatário.
 
O conteúdo produzido pela Inv não oferece garantia de resultado futuro ou isenção de risco.
 
O material que produzimos é protegido pela Lei de Direitos Autorais para uso exclusivo de seu destinatário. Vedada sua reprodução ou distribuição, no todo ou em parte, sem prévia e expressa autorização da Inversa.
 
Analista de Valores Mobiliários responsável (Resolução CVM n.º 20/2021): Nícolas Merola - CNPI Nº: EM-2240