Olá.
Hoje quero começar te fazendo uma pergunta:
Qual garantia você tem de que conseguirá atravessar uma rua em segurança? Você teria 100% de certeza de que pode cruzá-la sem que nada aconteça a você?
Parece uma pergunta meio esquisita, mas ela tem uma aplicação prática para o mundo dos investimentos. Quero falar neste instante com você sobre ter segurança na hora de aplicar o seu dinheiro.
Eu recebo muitas perguntas assim: qual o investimento mais seguro? Qual garantia de retorno que vou ter? Qual é o lastro?
Semanalmente recebo questões deste tipo, geralmente de pessoas que querem investir, mas se sentem inseguras. Ninguém quer errar com dinheiro! O problema está quando isso impede você de começar a investir, ou te prende em investimentos ruins, apenas visando a segurança.
Tudo na vida traz riscos, inclusive atravessar a rua. Mas isso não impede você de cruzá-la, não é mesmo? Você toma as precauções, olha para os dois lados e atravessa. É a mesma coisa com investimentos.
Muita gente, quando pensa em investir de forma segura, recorda-se apenas da poupança ou imóveis. Mas será que eles também não têm os seus riscos?
A poupança fica lá na sua conta, acessível rapidamente, sem cobrança de impostos e ainda com cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), um seguro que te permite reaver seu dinheiro se o banco quebrar. Vários benefícios. No entanto, o que temos visto nos últimos anos é uma queda da remuneração da aplicação, chegando a apresentar retornos negativos.
Ou seja, ao deixar o seu dinheiro lá, você está diminuindo o seu poder de compra, ficando mais pobre a cada ano. Isso te parece seguro? Mesmo assim a caderneta ainda é o investimento preferido de 62% dos brasileiros, segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Isso sem contar que a poupança já foi confiscada uma vez, como todo mundo sabe. Algo pouco provável hoje em dia, mas que também era inimaginável na época.
Ok, e os imóveis? E vou falar aqui focando em investimento, lembrando que a casa na qual você mora, não pode ser vista como tal.
Pois bem, você compra um ou mais imóveis, e passa a viver da renda gerada pelos aluguéis. Porém, em momentos como o que vivemos hoje, quantos locatários estão pedindo descontos, atrasando pagamentos ou saindo? Acredito que muitos.
Além disso, se você tivesse um imóvel hoje e, de repente, precisasse desesperadamente do dinheiro, conseguiria vendê-lo rapidamente? E caso conseguisse, seria acima do seu valor de mercado, ou ao menos pelo mesmo valor que você pagou por ele? Pense nisso.
Algo 100% seguro nunca vai existir, pois a vida não é assim. Uma vez, estávamos conversando aqui na Inversa sobre quais eram os investimentos mais seguros e tudo o que poderia acontecer com eles. Alguém apontou que o melhor seria guardar dólares e euros debaixo do colchão. Claro, por que não? Mas é melhor torcer para que a casa não pegue fogo...
O melhor que você pode fazer para se proteger é diversificar as aplicações, que vão ter diferentes performances, em momentos distintos da economia.
No ano passado, por exemplo, o Ibovespa subiu 31%. Mas, neste ano, o Ibovespa caiu mais de 30%. Quem lidera as valorizações em 2020 são ativos como dólar, com alta superior a 40%.
Ou seja, o mais seguro é ir construindo um portfólio completo e variado, com diversos tipos de ativos, um balanceando o outro, pois não conseguimos prever o futuro. Vale inserir na carteira desde os menos lucrativos, porém menos voláteis, até os mais arrojados, que podem ser mais rentáveis.
Para atravessar uma rua com sucesso, você precisa avaliar os riscos, tomar precauções e simplesmente chegar ao outro lado. Na hora de investir, é a mesma coisa.
Mas lembre-se: nada é 100% seguro. Por isso, precisamos estar prontos para tudo! O que me lembra da história de uma antiga colega de trabalho que, em sua primeira semana na empresa, conseguiu quebrar a perna ao atravessar uma rua calma...
Se você também tem uma pergunta sobre investimentos, envie para mim por este link. Espero responder em breve.
Um abraço,
André Zara