Investigador Financeiro #105 - Quanto R$ 10 mil podem gerar de renda extra?

14 de maio de 2020
André Zara conta para você quanto este montante pode gerar em rendimentos todos os meses

Olá.

O auge da vida do investidor é conseguir juntar dinheiro suficiente para poder viver de renda. Pelo menos, esse seria o auge para mim.

Seria ver o dinheiro caindo regulamente na conta da corretora, sem depender mais de trabalho. Quem não gostaria disso, não é mesmo?

Esse é sonho de muita gente. No entanto, a maioria das pessoas não tem a paciência e a disciplina de juntar todo o dinheiro necessário para fazer isso. 

É preciso bastante dinheiro e isso impede muita gente de começar. Mas, se você não começar, nunca vai chegar lá. E um pouco por mês já vai ajudar muito na sua jornada no longo prazo, especialmente quando você pensa em meses e anos...

Como tenho esse sonho, gosto de ler bastante sobre o assunto. E, neste momento de pandemia, descobri mais uma coisa importante: para o investidor de renda, uma crise no mercado pode afetar diretamente os seus recebimentos.

E então, fiquei pensando sobre isso: como agir em um momento assim, sabendo que eles podem ocorrer esporadicamente? Cheguei à seguinte conclusão: possuir reserva de emergência é parte essencial de uma carteira de renda. Uma grande reserva, de uns dois anos, pensando em quanto tempo uma crise pode durar.

E isso tem tudo a ver com a pergunta de hoje. Confira abaixo.

“Preciso de uma renda extra. Quero investir 10 mil para ter retorno mensal. Estou quase pra juntar os 10.000. Mas onde posso investir esse dinheiro? Ainda pra curto prazo? Logo, vou receber os proventos e ir reinvestindo. Sendo meu objetivo de curto prazo, será que consigo um bom retorno? Não tenho minha reserva de emergência. Porém, preciso de renda extra.” – Bruno 

Obrigado pela pergunta, Bruno. Ela vai nos ajudar a entender como é viver de renda. De quebra, vamos ver quanto R$ 10 mil podem render mensalmente hoje. 

Como você quer retornos mensais, vamos focar aqui em fundos imobiliários (FIIs). Por quê? Ações podem pagar dividendos mensais, porém, não é uniforme todos os meses: cada empresa estabelece seu calendário de dividendos. Por isso, fundos imobiliários costumam ser mais previsíveis.

Os FIIs costumam pagar mensalmente, mas fica o alerta: pela lei, eles precisam distribuir apenas semestralmente até 95% dos aluguéis que recebem, ok? 

Mas vamos ao que interessa, quanto renderiam os R$ 10 mil hoje?

Olhando para os últimos 12 meses e, selecionando os 3 melhores fundos imobiliários que nossos especialistas indicam aqui, temos retornos de 8,19% ao ano. Isso dá 0,68% ao mês, o que te traria uma renda mensal de R$ 68,22. Lembrando sempre que retornos passados não são garantia de retornos futuros. 

Sei que muita gente pode não achar muito, mas, se você tiver paciência, e for reinvestindo, isso pode gerar um efeito bola de neve e, dentro de alguns anos, gerar uma boa renda para você. É só fazer essa conta usando, ao invés dos 10 mil, 100 mil, 500 mil e até 1 milhão de reais.  

Agora, aqui preciso te fazer o alerta sobre a sua reserva de emergência, Bruno. Imagine que você investiu os 10 mil e está recebendo os seus R$ 68 mensais e reaplicando mensalmente. Mas algo inesperado acontece e você precisa desesperadamente do dinheiro. O que você faz? 

Provavelmente venderá os seus fundos imobiliários! E lembre-se sempre: estes ativos são de renda variável, ou seja, os seus preços mudam. Então, bem no dia que precisar vender, os preços podem ter caído e você realizará prejuízo. 

Esse é o risco real de investir no mercado sem ter uma reserva de emergência. Agora eu te pergunto: isso é viável para você?

Se você também tem uma pergunta sobre investimentos, envie para mim por este link. Espero responder em breve. 

Um abraço,

André Zara

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

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