Investigador Financeiro #101 - Como começar, do zero, uma carteira de investimento?

15 de abril de 2020
André Zara traz ensinamentos para você começar a construir patrimônio

Olá. 

Muita gente me envia perguntas sobre como começar a investir. 

E quando recebi a pergunta do Paulo, que respondo abaixo, senti que precisava compartilhar com você. 

Ele está começando a trilhar o caminho, mas pode estar cometendo um erro. Por isso, sugiro que você leia abaixo para ver se está investindo da forma correta. 

“Eu sou novo no mundo dos investimentos, por isso tenho muito a aprender ainda a respeito, principalmente com relação aos títulos disponíveis para investir. Eu tenho 100% do meu capital investido no tesouro direto, estou construindo minha reserva de emergência. No cenário atual, com relação ao tesouro Selic e tesouro IPCA+2024, é indicado que eu continue com meu capital nesses títulos ou posso trocá-los por outros mais rentáveis? Obs. Tenho perfil arrojado” – Paulo

Muito obrigado por enviar a sua pergunta, Paulo. Ela vai nos ajudar a entender melhor a formação de uma carteira de investimentos. 

Antes de mais nada, você está correto nos passos. Comece pela sua reserva de emergência. No entanto, e me corrija se eu estiver errado, você está usando tesouro Selic e IPCA +2024 como reserva?

Se a resposta for sim, calma lá! Vamos falar de alguns conceitos para deixar bem claro:

Reserva de emergência: é o dinheiro que fica guardado para despesas do cotidiano que podem surgir. Fazemos essa reserva para poder começar a investir e não ter que vender ativos, se algo acontecer. E digo coisas do cotidiano mesmo: carro quebrou, um cano estourou, etc. Para calcular, você precisa descobrir quais são seus gastos mensais e fazer uma reserva de 3 a 6 meses. 

Mas em qual local deixar esse dinheiro? Aqui está a questão, Paulo: o ideal é deixar em aplicações seguras e líquidas, ou seja, que possam ser acessadas rapidamente. Como no Tesouro Selic ou em um Fundo DI com taxa zero.  

O Tesouro IPCA não é ideal para reserva porque ele sofre com precificação de mercado. Ou seja, ele muda de valor todo dia, a não ser que você leve o título até o final do prazo (neste caso, 2024). Se você investir nele hoje e quiser sacar daqui um ano, pode ter ganhos ou até perdas. Essa não é ideia da reserva. Reserva é para ser seguro e líquido. 

Mas como seria uma carteira completa?

A carteira, para simplificar, é composta de ativos de renda fixa, variável e caixa (sendo que esse dinheiro é separado da reserva de emergência).

Ou seja, a renda fixa seria o melhor lugar para esse Tesouro IPCA, junto a ativos como LCI/LCA e CDBs. Na renda variável, teríamos as ações e fundos imobiliários. 

E o caixa? 

Investidores mantém um caixa para quando aparecem oportunidades. Por exemplo, como aconteceu recentemente, quando a Bolsa caiu muito. Quem tinha caixa, liquidou e começou a comprar ativos bons e com desconto. Caixa, geralmente, fica também em ativos de renda fixa bem líquidos, como fundo DI e Tesouro Selic. 

Então, o ideal é ir seguindo as etapas: fazer reserva e começar a montar uma carteira, balanceada. E quando digo balanceada é porque isso te ajuda a estabelecer melhor os riscos. 

Por exemplo: se você for conservador, pode querer ter uma carteira com apenas 20% em renda variável. Mas, como em tudo na vida, existem dois lados. Quando mercado sobe, você poderia estar ganhando mais. E quando ele cai, você tem menos perdas. 

Por isso, quando você for ficando mais avançado saberá como encontrar um equilíbrio: quando o mercado está subindo, aumenta exposição em ações. Quando subiu demais, diminui renda variável e aumenta caixa, esperando por oportunidades. 

Se você também tem uma dúvida de investimento, envie para mim neste link. Espero te responder em breve.

Um abraço,

André Zara

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

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