Gritty Investor #72 - O livro da minha vida – parte 1

3 de julho de 2020
Vou contar para você como um encontro no escritório de uma gestora mudou a minha forma de pensar e delineou minha trajetória como investidor.

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Nota do editor: em qualquer área do conhecimento humano, existem referências imutáveis na história. A seguir, Pedro vai compartilhar com você três ensinamentos do maior investidor de todos os tempos: Warren Buffett.
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Oi.

Uma fonte importante de ideias para escrever a Gritty Investor vem justamente das perguntas dos leitores. Um deles me perguntou, considerando que não posso sugerir nomes de empresas listadas na Bolsa, quais são as variáveis mais importantes que utilizo para comprar uma ação.

Poderia citar quais “eu” acredito serem mais importantes, mas seria uma tentativa grosseira de esconder o plágio. Na verdade, sempre tentei, às vezes sem sucesso, usar os princípios descritos num livro chamado The Warren Buffett way, de Robert Hagstrom.

Cheguei a esse livro depois de conhecer Bruno Rocha, pessoa que marcou muito minha carreira. Na época, ele ainda recebia corretores (o que era o meu caso) no modesto escritório da Dynamo, uma gestora independente de recursos focada em ações. Naqueles dias, isso era raro. Os caras estavam uma década à frente dos desbravadores (entre os quais eu modestamente me incluo).

Fiquei impressionado com a inteligência e a clareza de raciocínio do Bruno. Vi como sua jovem equipe estava determinada a entregar o que prometia, e ele, muito gentilmente, me disse que todos ali seguiam princípios inspirados em Warren Buffett. Por isso, conheci o livro que citei anteriormente. Nos anos seguintes, li tudo o que haviam escrito sobre Buffett e tudo o que Buffett havia escrito até então: as cartas anuais da Berkshire Hathaway.

Obviamente, eu era um profissional do ramo e estava fazendo meu papel: aprendendo com os melhores e tentando fazer como eles. A teoria tinha que ser adaptada à realidade brasileira (o que não é difícil) e ao fato de termos poucas empresas listadas que correspondem plenamente aos princípios de Buffett.

Hoje, abordarei apenas um aspecto tratado no livro: a análise do negócio. Para realizá-la, é preciso responder a três perguntas.

1) O negócio é simples e de fácil entendimento? Leigos são atraídos pelo que não entendem como moscas pela luz. Mas, se desejar ser um investidor, você deve ser capaz de entender o que a empresa faz.

2) O negócio tem um histórico operacional consistente? Números não mentem no longo prazo. Um bom negócio deve ter um histórico, de preferência longo, de altos retornos operacionais. Simplificando, tem que ser lucrativo na atividade principal tanto nos altos quanto nos baixos da economia.

3) O negócio tem uma perspectiva favorável no longo prazo? Muitos negócios simples e com excelente histórico de rentabilidade deixaram de existir com o surgimento de tecnologias que revolucionaram o setor. Pense na Kodak e na Xerox, que foram de gigantes à falência em menos de uma década. 

Agora que você já sabe o que é importante analisar em um negócio, reflita um pouco sobre cada ação de sua carteira e veja se elas possuem as três características anteriores.

Um abraço,

Pedro Cerize

Conheça o responsável por esta edição:

Pedro Cerize

Gestor de fundos de investimentos e autor da série A Carta

Sócio-fundador da Inv e da Skopos Investimentos, Pedro Cerize é considerado um dos melhores gestores de renda variável do Brasil. Em sua série “A Carta”, analisa a economia brasileira e sugere alocações de investimentos. Também é autor da newsletter "Gritty Investor" e está à frente da série "1+100 Reloaded", além de participar da "Top Pix".

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