Global Investor #72: Não se assuste com o Credit Suisse!

6 de outubro de 2022
Na semana passada, a queda no preço das ações e a alta no Credit Default Swap (CDS), do Credit Suisse, assustou muitos investidores. E hoje, Marink Martins reitera uma tese já apresentada a vocês aqui mesmo, na série Global Investor, a tese “No Crash”.

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Na semana passada, muitos investidores se assustaram diante da queda nos preços das ações do banco Credit Suisse e também do salto visto no seu Credit Default Swap (CDS), uma espécie de custo associado a um seguro contra a dívida emitida pelo Banco. 

Diante dessa "surpresa", será que existe a possibilidade de vermos uma crise bancária similar àquela vista em 2008?

Bem, é preciso lembrar que em maio deste ano, na edição “Um cenário convidativo No Crash” abordamos esse mesmo tema, em que exploramos a análise de Myke Mayo, um famoso analista de banco que hoje trabalha para o Wells Fargo Securities e que reiterou a sua visão de que os bancos norte-americanos estão supercapitalizados. 

Bem, essa não é uma novidade, mas continua sendo pertinente, pois, de fato, vimos o S&P 500, o principal índice global dos Estados Unidos, cair muito e de forma ordenada. 

Vimos também o VIX, que é uma medida de volatilidade, subir em diversas ocasiões, mas em nenhum momento esse índice disparou para os patamares de 50% ou 60% como ocorrido anteriormente.

Dentre as razões que podem explicar esse comportamento ordenado, para o cenário “No Crash”, além da situação favorável aos bancos, temos também a questão de que os próprios investidores têm saído muito em busca de proteção. Quando muitos investidores buscam pelos contratos derivativos, como os contratos de opção de venda — puts —, o mercado pode até cair, mas ele cai de forma mais ordenada.

Entretanto, o Credit Suisse não é um banco americano, é um banco europeu! E, a situação na Europa é muito diferente dos Estados Unidos e essa é uma colocação muito importante porque os americanos fizeram uma grande recapitalização dos seus bancos. Os investidores mais veteranos devem lembrar do famoso TARP (Troubled Assets Relief Program), um programa americano que injetou dinheiro no Citibank, no Bank of America e em muitos outros.

Mas, algo similar não ocorreu na Europa e essa é uma das razões pelas quais muitos dos bancos negociam a um múltiplo de valor patrimonial impensável.

Nesta semana, pela rede de televisão CNBC, Bob Diamond, que no passado foi presidente do Barclays, disse que o Credit Suisse está negociando a 20% do valor patrimonial e até achou interessante a sugestão de compra das ações da instituição financeira. 

Os bancos europeus de fato perderam muito em termos de competitividade quando comparados aos bancos norte-americanos e, agora, não estão sendo nada convidativos. No entanto, a possibilidade de vivermos um “Crash” análogo àquele visto em 2008, é uma que, neste momento, mostra-se remota. 

A tese No Crash está viva! E, atualmente, o S&P 500 está mostrando bastante força e iniciou o mês de outubro muito forte. Será que o índice já registrou a mínima? 

Se o índice for de fato cair, essa queda tende a ser ordenada de forma similar ao que ocorreu nos últimos cinco meses. O S&P foi caindo em meio a alguns momentos de alta, porém, em nenhum momento vimos um crash, ou seja, uma queda muito expressiva no índice. 
 

Aguardo você na próxima edição!

Um grande abraço,
Marink Martins.
 

Conheça o responsável por esta edição:

Marink Martins

Especialista em Opções e Mercados Globais

Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principais estratégias de investimento em Wall Street.

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