Global Investor #70: EUA - A recessão se aproxima!

22 de setembro de 2022
Estamos nos aproximando da divulgação dos resultados do terceiro trimestre (tanto aqui no Brasil quanto nos EUA). Neste sentido, chamo atenção para duas medidas de lucratividade associadas às empresas norte-americanas.

Bem-vindo(a) a mais uma edição da newsletter Global Investor! 

Nesta nova edição, você confere um indicador antecedente que pode nos ajudar a ter um pouco mais de confiança sobre o que está acontecendo na economia americana… 

Durante esta semana, com a reunião FOMC, do FED, ficou mais evidente que a situação nos Estados Unidos está piorando. 

Anteriormente, como comentando em "Índice S&P 500: O pior ainda está por vir” ou em “Agora é hora do IBOV atropelar o S&P”, foram análises que ''previram'' o que está de fato se materializando, mas para esta edição, o foco se volta para o S&P e o indicador NIPA

Vamos começar analisando o gráfico abaixo, onde você confere a lucratividade do índice S&P através de dois pontos de vista:

O gráfico apresenta duas linhas. A linha azul é uma forma agregada de olhar para o resultado do NIPA, produzido pelo Bureau of Economic Analysis dos Estados Unidos, um índice associado ao setor do comércio americano que nos permite estudar a lucratividade líquida das empresas de uma forma agregada. 

Já por meio da linha em vermelho, o que se apresenta é o somatório individual dos resultados das empresas que compõem o índice S&P 500. E, o interessante de se perceber é que essas duas linhas andam juntas, mas, em alguns determinados momentos, elas se cruzam. 

A lucratividade medida, dessa forma agregada pelo governo americano, está caindo antes da lucratividade medida pelas empresas. 

Mas, por que isso está acontecendo? 

Uma das teses que pode explicar essa ocasião, é que as empresas, na medida do possível e da legalidade, recorrem a uma contabilidade criativa, buscando segurar e mostrar o melhor sempre. 

As empresas, tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos, querem sempre mostrar o melhor. Por mais que as coisas sejam claras, existe uma flexibilidade do ponto de vista contábil em diversos momentos. Essas flexibilidades e graus de liberdade ocorrem por meio de diversas métricas, como no gerenciamento de contas a receber, contabilizar custos intangíveis, dentre outros lançamentos feitos que trazem uma certa ambiguidade interpretativa. 

Essa divergência entre o NIPA e o somatório dos resultados individuais das empresas, pode ser explicada por uma série de fatores, entretanto, o mais importante é entender que existe essa diferença e avaliar o momento do ciclo econômico, onde há um cruzamento dessas linhas, que traz importantes informações. 

Uma recessão se aproxima nos Estados Unidos e as ramificações disso serão globais.

Aguardo você na próxima edição!

Um grande abraço,
Marink Martins.
 

Conheça o responsável por esta edição:

Marink Martins

Especialista em Opções e Mercados Globais

Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principais estratégias de investimento em Wall Street.

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