Global Investor #66: Antes da eleição brasileira: dois importantes eventos!

25 de agosto de 2022
Tão importante quanto a eleição brasileira que está por vir, são as eleições no Reino Unido, que acontecem no dia 5 de setembro e na Itália em 25 de setembro. Agora, o que tudo indica é que iremos ver na Itália uma maior percepção de risco associado à Europa. Isso, entretanto, poderá ser visto também como uma oportunidade para países em mercados emergentes!

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Estamos todos preocupados com as eleições presidenciais no Brasil, onde o primeiro turno ocorrerá no dia 2 de outubro e o segundo turno está previsto para o fim do mesmo mês. Mas, antes desse evento, temos outras duas datas muito importantes e, do ponto de vista otimista, como comentado na última edição, chamando a atenção para a relação entre o Ibov e o S&P, essas datas correspondem muito ao Brasil. 

Mas, quais datas são essas?

No dia 5 de setembro, haverá uma definição para eleger quem será o primeiro-ministro ou primeira-ministra no Reino Unido e, por lá, quem lidera o favoritismo é a candidata Liz Truss

Elizabeth Truss - Membro do Parlamento do Reino Unido. Fonte: Shutterstock, todos os direitos reservados. 

Truss traz riscos para os mercados, mas também oportunidades! Há muitas pessoas investidas na Inglaterra, afinal, o país, de forma surpreendente, tem o peso de 3,8% na carteira MSCI global, um índice o qual é liderado pelo Estados Unidos, responsáveis por 62% da carteira, seguido pelo Japão com um pouco mais de 5%, o Reino Unido e a China aparecem na sequência da liderança. Acompanhe:

E, ao analisarmos o gráfico acima, a dúvida é: Como o Reino Unido pode ter uma alocação MSCI global acima da China? Isso não faz sentido!

O Reino Unido é uma das regiões de maior vulnerabilidade no mundo. Mas, claro, viver na Inglaterra não é ruim e essa é uma análise que parte do ponto de vista de primeira e segunda derivada. No que diz respeito aos termos de deterioração, é possível que o Reino Unido já esteja em franca depreciação, essa que tende a se acelerar devido às questões fiscais, aos impasses associados ao BREXIT e, caso Liz Truss seja realmente a candidata eleita, ela assumirá uma economia com uma inflação já elevada e em ascendência! 

Nos Estados Unidos, a inflação, que bateu 9,1% em junho e caiu para 8,5% em julho, gerou um certo conforto por lá e muitas pessoas apostaram em uma convergência na inflação para a meta do FED (algo que ainda está muito distante). Mas, no Reino Unido não é bem assim! Em UK, a inflação tende a subir e chegar aos 13% e Liz Truss já afirmou que deseja cortar os impostos, de certa forma, deixando a sua marca. 

E, na opinião de alguns especialistas da casa de pesquisa Gavekal, o eleitorado de Truss pode fazer com que a libra esterlina fique cada vez mais fraca.

Não são apenas essas resoluções no Reino Unido que estão por vir, pois temos também as definições para quem será o primeiro-ministro ou primeira-ministra na Itália, e quem lidera por lá também é uma mulher: a candidata Giorgia Meloni.

Giorgia Meloni - Membro da Câmara de Deputados da Itália. Fonte: Shutterstock - todos os direitos reservados. 

Meloni, que faz parte de uma coalizão que tende a ter os candidatos Matteo Salvini e Silvio Berlusconi como integrantes, é uma grande admiradora de Donald Trump e de ideias nacionalistas. De certa forma, em algumas entrevistas ela já mencionou e discursou algumas injustiças, pois, em sua visão, a União Europeia e o euro deixaram ganhadores e perdedores. A Itália estaria no grupo dos perdedores, sendo assim, o país merece compensações. Todas essas intenções são um pouco preocupantes… 

Luis Vincent Gavekal, o fundador da casa de pesquisa que leva seu sobrenome, ao longo de muitos anos, vem dizendo ser uma questão de tempo para que um candidato de centro-direita vença uma eleição na Europa e traga consigo um risco institucional. Será que esse risco está próximo e se materializará com Giorgia Meloni na Itália? 

Bem, é preciso aguardar. As eleições brasileiras, certamente, trarão volatilidade, mas as eleições na Europa, além da volatilidade, podem trazer oportunidades porque não há motivos para ter tanto dinheiro alocado no Reino Unido.

Parte desse dinheiro deve sair de UK e talvez seja redirecionado às terras produtivas na América do Sul, onde o Brasil está bem posicionado!
 


Um grande abraço, 
Marink Martins

Conheça o responsável por esta edição:

Marink Martins

Especialista em Opções e Mercados Globais

Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principais estratégias de investimento em Wall Street.

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