Bem-vindo(a) a mais uma edição Global Investor!
Hoje, a mensagem é mais curta e objetiva, relacionada ao índice S&P 500, o principal índice de ações do mundo.
O S&P 500 está vulnerável a uma realização de lucros no curto prazo. Vou explicar melhor na newsletter de hoje.
O estrategista Tom Lee, que está à frente da empresa Fundstrat Global, pode ser considerado a pessoa que mais acertou as tendências durante o período pandêmico.
E esses acertos não se atrelam apenas ao mercado.
Em momentos de adversidade, Lee foi ao canal CNBC passando uma mensagem muito construtiva, com argumentos que se provaram verdadeiros.
Agora, o economista afirma que embora esteja otimista com o preço-alvo para o S&P, de 4.800 pontos, chama a atenção para possíveis realizações no curto prazo.
Lee não datou nenhuma realização e nem magnitudes, é uma previsão, uma possibilidade.
Entre os argumentos, existem questões que venho discutindo frequentemente por aqui na Global Investor.
A questão da TGA (Treasury General Account), a conta que o tesouro possui no Fed (o Banco Central americano), é algo que demanda mega leilões, o que já vem acontecendo.
O saldo dessa conta chegou a cair 80 bilhões de dólares. Atualmente, o saldo está verificado em 230 bilhões de dólares.
E, ainda nesta semana, novas informações serão divulgadas.
O fato é que enquanto a questão do aumento do teto do endividamento dos Estados Unidos não for solucionada (o Senado aprovou um projeto de lei que permite aumentar o teto de endividamento do país até dezembro), o Tesouro continuará consumindo o seu saldo a cada mês.
Essa é uma situação preocupante, porque, ao contrário de outras ocasiões passadas, vivemos em um ciclo de aperto monetário, que toma forma não só de um tapering (redução dos estímulos), mas também da recapitalização da TGA.
Essas questões fazem com que o dinheiro fique mais escasso e o custo suba, promovendo uma rotação de ativos de longa duração para ativos mais curtos.
Ativos mais curtos não são tão sensíveis às taxas de juros.
Essa é uma “call” que venho realizando.
Naturalmente, o S&P já teve os seus momentos de realização e agora flerta com 4.700 pontos, e é importante que você saiba que, caso o S&P chegue à 4.744 pontos, praticamente 1% do nível que estamos atualmente, ele registrará o P/L (Preço/Lucro) em coerência com as previsões do economista Robert Shiller, vencedor de Prêmio Nobel de Economia em 2013.
Esse lucro, que durante os últimos 10 anos vem sendo corrigido pela inflação, em uma média, estaria registrando um P/L de 40 vezes.
Isso ocorreu nos anos 2000, um período que ficou marcado como o estouro da bolha das "pontocom", da Nasdaq.
Hoje, a situação difere e o otimista enfatiza que as coisas estão bem diferentes.
Ressalto que há ações de tecnologia, incluindo Google e Facebook, empresas não classificadas como tech, no índice; 41% do S&P está associado à tecnologia.
Essas empresas vêm registrando uma margem de lucro próxima a 13%, bem acima da média.
Historicamente, há uma reversão da média perante essa questão da margem.
Esse é um “call” de curto prazo, feito por Tom Lee, o economista que vem acertando frequentemente situações sobre esses aspectos.
Lee é influente, e quando fala algo, as pessoas param para ouvir, como acontecia em 1999 ou 2001 com a economista Abby Joseph Cohen, uma das estrategistas mais notórias em Wall Street.
Na época, Abby estava no comando do Goldman Sachs, e quando ela surgia na CNBC, o mercado se antecipava ao que ela ia dizer.
Tom Lee, hoje, é o estrategista que herdou essa influência e notoriedade.
Em resumo, Tom Lee foi à CNBC para avisar que há nuvens negras no horizonte e que o S&P 500 está vulnerável a uma realização de lucros no curto prazo.
Espero que tenha gostado desta edição!
Um grande abraço,
Marink Martins.