Global Investor #22: É chegada a hora da verdade para o S&P 500!

29 de setembro de 2021
Devo confessar que eu estava esperando ansiosamente pela divulgação de um dado econômico, o qual foi finalmente divulgado na última terça-feira, dia 28. E é sobre isso que vou falar na edição de hoje.

 

Olá, investidor(a)!

Bem-vindo(a) a mais uma Global Investor. 

 

Esse é um momento especial! Por quê?

 

O S&P 500 está caindo quase 2%, devido aos riscos, os quais já venho discutindo por aqui em edições passadas.

A conta do tesouro dos Estados Unidos no Fed, a TGA (Treasury General Account), neste momento, está passando por quedas significativas e contínuas; é preciso uma normalização.

De acordo com a Janet Yellen, secretária do tesouro dos EUA, essa normalização deveria elevar o saldo para a casa dos 700 bilhões de dólares; isso significa que caímos em um processo, o qual o Tesouro dos Estados Unidos terá que realizar inúmeros leilões, como o que ocorreu na terça-feira, dia 28. O Tesouro dos EUA colocou no mercado bilhões de dólares em títulos de dois anos. 

As taxas saíram mais altas e o bid-to-cover ratio (medida de grau de atratividade do leilão) foi ruim. E os EUA precisam realizar inúmeros leilões dessa natureza.

Com isso, o que podemos prever sem muita dificuldade é que dada a taxa de juros no curto prazo e o Fed Funds mantendo-se inalterado, provavelmente, a curva vai se inclinar.

Estamos em um momento crucial no mercado... 

A agência BEA (Bureau of Economic Analysis) divulgou a posição internacional dos Estados Unidos. 

Observe os gráficos a seguir:

Esse diferencial, conforme vemos nas imagens acima, é simplesmente grande demais e me faz atribuir uma elevada probabilidade à tese de que é chegado um momento de virada para o índice S&P 500. 

No primeiro gráfico, é possível observar essa posição líquida entre o que os estrangeiros têm em ativos dos Estados Unidos, e o que o EUA tem em ativos no resto do mundo 

A Net International Investment Position (NIIP) é uma posição que vem caindo de forma acelerada. 

Acredito que esse documento, divulgado com um trimestre de atraso, já tenha registrado uma diferença negativa para os Estados Unidos, entre ativos e passivos, na casa dos 15,2 trilhões de dólares. 

Esse é um forte candidato a ser um ponto de virada, pois, ainda neste trimestre que está em curso, vemos uma mudança global. 

Houve um crack down regulatório na China e pudemos observar a relação entre o S&P 500 se abrir mais, com os diversos índices do mundo, como aconteceu na relação S&P e Ibovespa.

É possível que estejamos diante de um cenário em que os Marginal Buyers (compradores marginais), podem começar a retirar recursos do S&P.  

Hoje, mais do que nunca, quem determina a direção do S&P 500 são os estrangeiros. Eles podem passar a olhar para os mercados, e de forma marginal. 
Não digo que vão retirar todos os recursos de uma vez, mas pouco a pouco. E isso fará toda a diferença. 

Realocações como essa podem contribuir com uma queda do S&P, ou também para uma fase de consolidação do S&P; então, passamos a ter o que pode ser chamado de Reflation Trade, um movimento de valorização de ativos relacionados a commodities.

Temos a materialização de muitos riscos, uma série de leilões de títulos de renda fixa nos EUA que vão contribuir para taxas de juros mais elevadas e tirar a atratividade dos ativos de longa duração e, por fim, a divulgação de um NIIP. 

Tudo isso indica que a migração de recursos para os Estados Unidos tenha atingido seu ponto máximo.
 

Espero que tenha gostado, até a próxima!

 

Um abraço,

Marink Martins.
 

Conheça o responsável por esta edição:

Marink Martins

Especialista em Opções e Mercados Globais

Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principais estratégias de investimento em Wall Street.

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