Olá, investidor(a)!
Bem-vindo(a) a mais uma Global Investor.
Esse é um momento especial! Por quê?
O S&P 500 está caindo quase 2%, devido aos riscos, os quais já venho discutindo por aqui em edições passadas.
A conta do tesouro dos Estados Unidos no Fed, a TGA (Treasury General Account), neste momento, está passando por quedas significativas e contínuas; é preciso uma normalização.
De acordo com a Janet Yellen, secretária do tesouro dos EUA, essa normalização deveria elevar o saldo para a casa dos 700 bilhões de dólares; isso significa que caímos em um processo, o qual o Tesouro dos Estados Unidos terá que realizar inúmeros leilões, como o que ocorreu na terça-feira, dia 28. O Tesouro dos EUA colocou no mercado bilhões de dólares em títulos de dois anos.
As taxas saíram mais altas e o bid-to-cover ratio (medida de grau de atratividade do leilão) foi ruim. E os EUA precisam realizar inúmeros leilões dessa natureza.
Com isso, o que podemos prever sem muita dificuldade é que dada a taxa de juros no curto prazo e o Fed Funds mantendo-se inalterado, provavelmente, a curva vai se inclinar.
Estamos em um momento crucial no mercado...
A agência BEA (Bureau of Economic Analysis) divulgou a posição internacional dos Estados Unidos.
Observe os gráficos a seguir:
Esse diferencial, conforme vemos nas imagens acima, é simplesmente grande demais e me faz atribuir uma elevada probabilidade à tese de que é chegado um momento de virada para o índice S&P 500.
No primeiro gráfico, é possível observar essa posição líquida entre o que os estrangeiros têm em ativos dos Estados Unidos, e o que o EUA tem em ativos no resto do mundo
A Net International Investment Position (NIIP) é uma posição que vem caindo de forma acelerada.
Acredito que esse documento, divulgado com um trimestre de atraso, já tenha registrado uma diferença negativa para os Estados Unidos, entre ativos e passivos, na casa dos 15,2 trilhões de dólares.
Esse é um forte candidato a ser um ponto de virada, pois, ainda neste trimestre que está em curso, vemos uma mudança global.
Houve um crack down regulatório na China e pudemos observar a relação entre o S&P 500 se abrir mais, com os diversos índices do mundo, como aconteceu na relação S&P e Ibovespa.
É possível que estejamos diante de um cenário em que os Marginal Buyers (compradores marginais), podem começar a retirar recursos do S&P.
Hoje, mais do que nunca, quem determina a direção do S&P 500 são os estrangeiros. Eles podem passar a olhar para os mercados, e de forma marginal.
Não digo que vão retirar todos os recursos de uma vez, mas pouco a pouco. E isso fará toda a diferença.
Realocações como essa podem contribuir com uma queda do S&P, ou também para uma fase de consolidação do S&P; então, passamos a ter o que pode ser chamado de Reflation Trade, um movimento de valorização de ativos relacionados a commodities.
Temos a materialização de muitos riscos, uma série de leilões de títulos de renda fixa nos EUA que vão contribuir para taxas de juros mais elevadas e tirar a atratividade dos ativos de longa duração e, por fim, a divulgação de um NIIP.
Tudo isso indica que a migração de recursos para os Estados Unidos tenha atingido seu ponto máximo.
Espero que tenha gostado, até a próxima!
Um abraço,
Marink Martins.