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No dia 27 de maio, o Datafolha, instituto de pesquisas do Grupo Folha, realizou uma pesquisa eleitoral que mostrou que o candidato Lula, agora, começando a abrir diferentes correlações com o candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro. As eleições estão se aproximando e os movimentos de preferência e rejeição já são perceptíveis nesta disputa.
Aparentemente, partindo de uma visão mais simplista e contextualizando esse cenário que vem se intensificando, os votos que favoreciam o ex-candidato à presidência João Doria Jr., acabaram sendo, de certa forma, encaminhados para o candidato Lula, algo totalmente diferente do movimento anterior quando foi possível ver os votos do Sérgio Moro, que desistiu da presidência, encaminhados para Bolsonaro.
Os resultados dessa pesquisa, somados às retóricas, previsões e estatísticas, acabaram causando um efeito direto em algumas ações! Já ano passado, mais especificamente em outubro, quando o pré-candidato Moro anunciou a sua intenção à presidência, o mercado começou a olhar com mais foco para as eleições presidenciais de 2022 e desde então a cobertura sobre esse tema na mídia foi cada vez maior.
Mas, na época, toda essa movimentação era pouco relevante e, certamente, essas notas e notícias se tornariam mais primordiais conforme a eleição fosse se aproximando, com isso, trata-se do momento em que estamos agora!
Essa foi a primeira vez, em muito tempo, que uma pesquisa eleitoral promoveu um impacto direto na economia. A última pesquisa do Datafolha, que mostrou o Lula à frente na disputa eleitoral, foi confirmada no fim de semana e, novamente, reiterada na segunda-feira pelo BTG Pactual que enfatizou ainda mais esse resultado.
Evidentemente, esse é um assunto que interessa a todos e os efeitos já estão acontecendo! Desde a realização e o resultado da primeira pesquisa até o início desta semana, a ação da Petrobras caiu 8% e a ação do Banco do Brasil caiu 5%, um movimento, praticamente, que vai à contramão da Bolsa e até mesmo do Petróleo.
Ao olhar esses resultados, já é possível identificar e diagnosticar uma questão, puramente, eleitoral! Algo que daqui para frente fará parte do nosso dia a dia! É importante saber que, quanto mais dividida for a pesquisa e a cada novidade que surgir com relação ao desempenho desses candidatos, a Bolsa de Valores brasileira será impactada diretamente.
É certo dizer que algumas ações vão performar melhor com o governo de determinado candidato e, obviamente, outras serão prejudicadas.
Podemos exemplificar por alguns setores e fatores:
As ações de Cogna, por exemplo, poderiam se beneficiar muito com o governo do Partido dos Trabalhadores e a provável volta do FIES, assim como outros investimentos no setor da educação. Já a rede Magazine Luiza tem o fator expansão de crédito que favorece o varejo, a M. Dias Branco é uma empresa alimentícia do Nordeste e outro exemplo de companhia que é completamente impactada pela expansão do consumo.
Por outro lado, é certo que algumas instituições sofreriam no governo Lula e a Petrobras seria uma delas! Afinal, já está claro que se esse candidato for eleito, o lucro da Petro será zerado já que a petroleira tem um impacto social. O mesmo também se aplica para o Banco do Brasil que será, provavelmente, forçado a dar crédito, embora este seja um momento inadequado. A própria Eletrobras é um exemplo de companhia que pode sofrer algum tipo de desprivatização.
Já no caso do governo Bolsonaro, algumas empresas que se favoreceriam com o seu governo seriam as lojas Taurus Armas.
Mas, esses são alguns dos milhares de eventos que podem acontecer nos próximos meses. E, por agora, a mais importante questão é que, pela primeira vez, vimos pesquisas fazerem efeitos nos preços; as ações de Petrobras caíram quase 10%, algo muito relevante, pois esse é um movimento de 40 bilhões de reais. É esperado que, conforme as pesquisas forem acontecendo, veremos cada vez mais impactos nos ativos.
Em determinados momentos, o mercado “escolhe qual o tema” que ele olhará com mais foco, isso aconteceu na guerra Ucrânia e Rússia, com o fiscal, e agora com a pesquisa de intenções de voto, já que as eleições finalmente chegaram ao mercado.
Aguardo você na próxima edição!
Um grande abraço,
Rodrigo Natali.