Bem-vindo(a) a mais uma edição da newsletter Do Mercado!
Em nossa última edição, “Cuidado com a boataria”, comentamos a importância sobre não manter o foco nos boatos, algo muito comum quando passamos por grandes mudanças, não somente agora com o PT, mas também, com qualquer início de governo, um momento no qual desejamos saber o mais rápido possível quem serão os responsáveis pelas pastas, quem atuará na equipe Ministerial e como as execuções políticas irão fluir.
E, de fato, este novo arranjo entre o governo de Lula, executivo, novos nomes no Legislativo e a nova forma de interação com a mídia, gera muita expectativa sob o novo time que chega em Brasília.
De início, muitas especulações são feita e comentários partem de todos os lados, porém, não há como saber se toda a "boataria" vai ser concretizada. Mas, concretizada ou não, anteriormente, todos os diversos comentários fizeram o índice subir em torno de 2% e cair outros 2% e, enquanto o mercado variava em meio a tanta oscilação e falsas notícias, perdia muito dinheiro.
O tempo foi passando e depois de muita especulação acordamos com uma PEC que era, basicamente, a qual previmos um mês antes. Algo próximo a 150 bilhões de reais para o período de um ou dois anos.
Por aqui, não tínhamos ideia de que o ataque às leis das Estatais aconteceria e que o STF traria para lows o orçamento secreto, por exemplo. Mesmo assim, mudanças significativas não foram sentidas e o mercado percebeu isso! Pois, mesmo com muitas atualizações durante o dia, o mercado não oscilou loucamente e, de certa forma, acabou se adaptando.
E, agora, o mercado está lidando com as notícias de forma muito mais resiliente, apurando as fontes, entendendo os efeitos e, aí então, reage. Um comportamento muito saudável, pois, isso acaba fazendo com que as volatilidades diárias dos ativos brasileiros caíam.
O DI que estava bem acima da taxa Selic já retornou e, agora, optamos por zerar essas posições, pois, acreditamos que o Pré está neutro!
A posição da Bolsa como um todo já andou demais, talvez ainda haja alguma inércia positiva para o fim do ano, dado que ainda vemos fortes quedas em dezembro, mas, exceto pelas exportadoras, a neutralidade prevalece.
Logo, agora, a ideia é manter uma carteira mais leve e ficar preparado para 2023! Por aqui, não acreditamos que a posse de Lula fará grandes efeitos nos preços, pois, as pessoas já perceberam que a política do governo está clara e grandes impactos não estão sendo previstos para o mercado.
O mercado abandou a fixação pelo pró e pré-mercado, até porque, todos já sabemos qual é a política do PT. Agora, se faz necessário esperar até que ponto, grau e velocidade de preço de representação será para cada parte da economia e como o Congresso reagirá.
A princípio, devemos ter dias menos conturbados, logo, menos volatilidade acaba sendo algo positivo para os ativos de riscos num geral.
Ainda temos uma posição direcionalmente positiva em Brasil, mas, agora, bem menor do que anteriormente, pois, caso algo inesperado aconteça, teremos espaço para aproveitar as oportunidades.
E, para a próxima e última semana do ano, faremos uma espécie de retrospectiva do que aconteceu em 2023, principalmente em relação aos ativos, indústria de fundos multimercados e alocações. Além disso, podemos, juntos, tentar olhar para frente e não desejar prever os próximos movimentos, pois, a única certeza que se tem ao fazer uma previsão, é que você vai errar.
Espero você na próxima edição!
Um grande abraço,
Rodrigo Natali.