Do Mercado #77: Chegou a hora de tomar risco!

23 de novembro de 2022
Anteriormente, assumir posições em um cenário incerto, durante o período eleitoral, significava tomar grandes riscos. Mas, agora no pós-eleições, analisando os efeitos das votações, muitas questões parecem mais claras, por isso, acreditamos que chegou a hora de agir!
 

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Há mais de um ano, de uma forma ou de outra, por aqui na Inv, não víamos como cenário ideal investir e assumir mais riscos, tanto em posições de bolsa, quanto em posições de renda fixa. Não estávamos indicando aplicações no pré, realizar a modalidade de CDB de pré-fixado, ou alocações de renda fixa, pois sempre julgamos que a melhor estratégia era manter o caixa. Mas, isso mudou e chegou a hora de tomar risco! 

Desde agosto era extremamente fácil ver bancos e gestores falando ser a hora de aplicar o pré porque o final do ciclo de alta estava próximo. O mesmo se deu com a Bolsa e enquanto estávamos preocupados com as eleições e com as reações do mercado perante os resultados (embora a reação inicial tenha sido bastante favorável), não faltaram avisos de que “quanto melhor o mercado agora, pior a trajetória”. 

Mas, se caso após as eleições, o mercado tivesse reagido de uma forma ruim, isso geraria mais pressão para o governo e, de certa forma, facilitaria uma atitude um pouco mais amigável e alinhada com as expectativas do mercado. 

No pós-eleição, o mercado reagiu bem e melhorou, mas essa foi apenas uma fase inicial. Tratando-se de renda fixa, atualmente, os fundos de DI’s curtos já apresentam prospectos de até quatro altas de 25 basis na parte curta da curva, com os juros praticamente a 14,5% para o mês de abril em 2023. 

Grande parte desse movimento ocorreu porque grandes players saíram de determinadas posições, enquanto o mercado ficou digerindo as alocações por mais tempo, até voltar a sua normalidade. Agora, o mercado está com muitos prêmios por causa desse efeito. Isso também ocorreu com as inflações implícitas e o quanto as taxas dos DI’s vs. as taxas dos juros reais, mostrando a forma como o mercado precifica a taxa e a inflação para os anos seguintes. Agora, vemos a inflação prevista, para 2024, caminhando para os 8%, um viés que ninguém acredita ser verdade. 

Nesta mesma dinâmica e raciocínio, foi possível observar o dólar, que aqui subiu bastante em direção aos R$5,50 e lá fora se depreciando em 7%, em um movimento de alta dobrado. Na Bolsa, com uma parte muito pesada, ao nível de exemplificação, vimos Vale e Suzano nas altas do ano, ao mesmo tempo que algumas favoritas para o mercado de varejo, chegaram a cair 30% em duas semanas.

Diferentemente do que antes vínhamos orientando; “cuidado, não é hora de alocar, fique com caixa”, agora estamos dizendo o contrário!

Finalmente, após um ano e meio, chegou a hora de aplicar e de tomar risco, pois há prêmios em todos os ativos líquidos brasileiros, mas, caso tudo fique constante, no mercado de dólar, renda fixa e bolsa, há muito para ganhar! 

É possível que as próximas notícias macroeconômicas cheguem de forma positiva, reforçando o momento e o fato de que o mercado, agora, está finalmente desesperado e super preocupado com o nosso futuro e isso só enfatiza cada vez mais esse call, uma vez que, agora, estar positivo é estar contrário!
 

Espero você na próxima edição!

Um grande abraço,
Rodrigo Natali. 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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