Do Mercado #69: A Petrobras é uma opção

14 de setembro de 2022
Até a definição da eleição presidencial, a Petrobras é uma “call fora do dinheiro”, ou seja, perde valor à medida que se aproxima do evento. Entenda mais com Rodrigo Natali!
 

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A Petrobras é uma ação que se comporta como uma opção, sendo assim, avaliar alguns aspectos se faz necessário…

Primeiramente, as pesquisas eleitorais são fontes confiáveis, pois avaliando os nossos históricos eleitorais, as pesquisas realizadas por institutos nomeados, assim como as realizadas por agregadores, evidenciaram muitas direções e apresentaram informações fidedignas em relação aos resultados das eleições passadas. E hoje, não é diferente! É preciso aceitar que, sim, até o momento, o candidato Lula está à frente do candidato Jair Bolsonaro.

O mercado, em geral, acredita que o governo de Jair Bolsonaro é o melhor para as ações brasileiras, dado que recentemente, conforme a melhora de Bolsonaro diante das pesquisas, a ação da Petrobras subiu significativamente. Em contrapartida, com a liderança de Lula, um cenário negativo para a Petrobras é o previsto, afinal, o governo PT, no passado, adotou políticas que afetaram negativamente a empresa, principalmente no final do mandato de Dilma Rousseff. 

Lula, por diversas vezes, veio a público declarar ser contra a política de preço, a política de dividendos e a política de investimentos, discursando também que a função mista da Petrobras, entre privado e público, deveria focar muito mais no lado público. Dessa forma, as ações de Petro não proporcionariam lucros e dividendos. Essas medidas seriam extremamente negativas para o valor da ação, para empresa e, certamente, para os seus acionistas.

Bem, não sabemos “quando as eleições acabam”, isso porque o período eleitoral não necessariamente encerra ao final do segundo turno… Se o mercado, de forma antecipada, estiver convencido sob qual candidato irá ganhar as eleições, ele aplicará essa “aposta” nos preços e também nas análises financeiras. Bem, o que realmente importa é como o mercado se movimentará de acordo com o candidato vencedor. 

Então, por que a Petro é uma opção e uma call “fora do dinheiro”?

Com uma call perdendo valor à medida que as eleições se aproximam, o mercado precisa ir em direção àquele preço para que no dia do vencimento essa ação tenha valor. A Petro é uma call com Theta (o efeito da passagem do tempo até o exercício ou seu vencimento) diferente do normal, pois essa ação tem um vencimento móvel. 

Se Lula e Bolsonaro estiverem muito próximos em relação aos resultados eleitorais, realmente, as definições futuras acontecerão apenas após o segundo turno. Mas, quando o resultado das eleições é evidenciado de forma antecipada (isso porque determinado candidato se mostra o favorito nas pesquisas), é como se as eleições acontecessem antes, pois, o mercado já precifica os preços conforme essas “previsões”.

A cada dia que se passa, há menos tempo para que Bolsonaro vire os resultados da eleição, logo, a Petrobras, que tende a cair com a vitória de Lula, deveria começar a subir. 

O cenário positivo para as ações de Petro (que permanece mantido quando tudo fica mais constante) começa a ter menos peso. Como uma opção “fora do dinheiro”, quando o ativo não chegou ao preço de referência da opção, a cada dia, essa ação se aproxima da data de vencimento, perdendo cada vez mais valor. E, com uma diferença de agravante: a perda de valor da ação é exponencial porque quanto mais perto, fica mais difícil de virar, além das possibilidades de o mercado decidir se posicionar muito antes do encerramento das eleições.

Anteriormente, as pesquisas eleitorais não faziam grandes efeitos em aspectos de mercado financeiro. Hoje, as influências afetam diretamente o mercado e, o cenário para a Petrobras, caso os candidatos continuem no mesmo patamar, é que a ação da empresa, gradativamente, perca valor conforme as precificações aconteçam diante do governo que mais indica que irá assumir o Brasil pelos próximos quatro anos. 

Daqui até as eleições presidenciais, temos um comportamento muito único em que “tudo estabilizado afetará negativamente o papel de determinadas ações”.

Aguardo você na próxima edição!
 

Um grande abraço,
Rodrigo Natali.

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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