Do Mercado #63:O mercado se recuperou: o que fazer agora?

4 de agosto de 2022
O mercado realmente se recuperou e escalou de forma bem agressiva! Mas, o que fazer depois dessa melhora? Nesta nova edição, você confere a visão de Rodrigo Natali sobre as ações brasileiras e americanas após a retomada do mercado.
 

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De fato, como já havíamos comentado, apesar das muitas variáveis e da ciência que daqui para frente haverá muita complexidade por causa das eleições presidenciais, o movimento de alta de juros ainda está começando nos países mais desenvolvidos (EUA, Inglaterra, Europa). Mas, após uma mudança no tom do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, o mercado começou a melhorar de forma significativa e, agora, vemos níveis não vistos desde abril.

O EWZ — Ibovespa dolarizado ou o maior exchange-raded fund (ETF) do Brasil — por exemplo, apresentou altas de 15% nos últimos 15 dias. Já o dólar passou de R$5,50 para R$5,20, o Ibov de 96 mil passando para 106 mil, o índice S&P operando a 4.150 pontos e a volatilidade medida pelo índice VIX está operando a 21%. 

Bem, em relação a esses dados, já havíamos alertado sobre todas essas possibilidades e acreditamos que um rally de bear market é o que está acontecendo agora.

Para esses níveis, considerar voltar a manter composições negativas, principalmente em ações lá fora, é algo a refletir, pois, aqui no Brasil ainda há espaço para que as ações “descolem” caso a China volte a performar melhor. 

O nível de pessimismo desenvolvido aqui não está somente associado à nossa relação com a China, mas também com os resultados eleitorais. Talvez, já tenhamos chegado nos piores níveis de preço do Ibov, mas claro, tudo é passível de mudança, pois estamos expostos às surpresas. 

Esse nível de pessimismo, principalmente com relação à eleição presidencial, já chegou no limite e, daqui para frente, o que se espera é um mercado mais construtivo. No entanto, no exterior, o mercado voltou demais e, vale lembrar que em várias outras edições, alertamos sobre a necessidade de tomar cuidado com as posições contrárias.

Mas, nesse nível de preço, quanto mais o índice S&P e a Bolsa americana subir, mais elas se auto sabotam porque isso tende a provocar estímulos de capacidade financeira nos mercados, anulando um pouco as altas dos juros. Quando essa dinâmica ocorre, somente uma postura severa do Banco Central americano solucionaria a problemática, o que acaba sujeitando o preço dos ativos e da própria Bolsa americana a quedas.

E, para o Brasil, continuamos mais otimistas. O setor de Small Caps mostrou grandes progressos, simultaneamente, o índice Small Caps americano (SMALL 11) está operando a 103 reais, subindo 13% no período de duas semanas ao mesmo tempo em que o MATB11 "sofreu" na margem. 

Basicamente, as ações das nossas grandes exportadoras não realizaram grandes feitos, em contrapartida, as pequenas empresas, aquelas às quais estávamos mais pessimistas, subiram consideravelmente. 

Por aqui, optamos pela neutralidade e, em nível nacional, o que parece estar atrasado são as empresas de materials como as companhias Vale e Gerdau, empresas que sofreram muito apesar da instabilidade nas commodities.
 

Aguardo você na próxima edição!
 

Um grande abraço,
Rodrigo Natali.

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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