Do Mercado #34: Entre o pico e o vale

10 de janeiro de 2022
É preciso ter emocional e maturidade para aceitar que, diante de qualquer cenário, as negativas acontecem. Se preparar para as grandes oscilações é saber que você se manterá de pé quando muitos tendem a cair.
 

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Na semana passada, ocorreram dois fatos de vieses negativos…

Primeiramente, o candidato Lula, filiado ao Partido dos Trabalhadores, escolheu e anunciou o seu formulador de política monetária, esse já um velho conhecido do mercado, o economista Guido Mantega.

No dia seguinte dessa decisão, após uma entrevista, Mantega disse que discorda totalmente da atual política monetária e politica econômica, e com isso, afirmou que as suas prioridades são: revogar a reforma trabalhista e acabar com o teto de gastos

Essa foi uma afirmação ruim e negativa. 

Obviamente, a reforma trabalhista foi importante para gerar empregos e possibilitou que os custos para contratar as pessoas fossem reduzidos. O aumento nos contratos de trabalhos foi uma consequência da reforma trabalhista.

Entretanto, são nítidos os objetivos do candidato, e por uma ótica totalmente neutra, essa é sim uma postura inteligente. 

Diante disso, muitas empresas estão vendo suas folhas de pagamentos cada vez mais caras e, eventualmente, precisarão optar por demissões. Logo, essa é apenas uma aparente melhoria, pois, todos sabemos como o mercado de trabalho funciona.

Com essa piora no cenário econômico, apesar do otimismo que aqui detemos, sabemos que esse novo fato deteriorou essa perspectiva que tínhamos à nossa frente. Admitimos que essa deterioração pode vir acontecer e vai acontecer!

Essa será uma jornada com períodos excelentes, mas também com períodos difíceis. E o segredo de fazer um bom trabalho é não ignorar que as dificuldades existem, sendo preciso encará-las de frente. 

Muitas outras casas de análises financeiras tendem a focar apenas no bom viés, isso é, valorizam apenas o que deu certo, e quando algo dá errado, simplesmente não comunicam o cliente “deixando os acontecimentos passarem”.

Nós da Inversa temos um call otimista, porém, de imediato já admitimos que essa foi uma notícia negativa, por isso, neste momento, adotaremos uma postura mais observadora e ficaremos mais preocupados, até mesmo com as ações que estão subindo.

Com isso, vem o segundo fato…

Ainda na semana passada, um movimento muito ruim para o mercado aconteceu, principalmente para o mercado e fundo de ações.

Na terça-feira — 4 de janeiro — o índice da bolsa chegou a zerar, e as quatro ações mais antigas e clássicas da bolsa (Vale, Petro, Bradesco e Itaú), eram as ações que sempre estavam subindo enquanto o resto da bolsa inteira caía.

Essa é uma resenha muito ruim para os fundos de ações, afinal, normalmente, a primeira atitude para tentar derrubar o índice é fugir um pouco das empresas mais clássicas e achar uma nova e interessante possibilidade. 

Mas, infelizmente, com essa mudança de cenário e com o mercado que se deteriorou no ano passado — dólar e pré subindo e bolsa caindo — já era nítido que as ações que iam reagir seriam as grande e melhores opções.

E agora, com o risco político, ter uma empresa com a receita em dólar, é quase como ter uma opção de câmbio caso o mercado fique mais tenso e as complicações aumentem. Isso é justamente o que todos buscam.

As notícias negativas, até o momento, são hipóteses, mas com o passar do tempo seremos surpreendidos com novos fatos. Saberemos reagir conforme esses forem acontecendo (admitindo as negativas e as positivas, e assim, agindo de acordo).

Mas, o que aqui não faremos é ignorar as negativas ou ignorar aquilo que vai contra as nossas teses.

Contudo, o momento ainda é sereno, pois, a única parte da bolsa que está subindo são as ações que indicamos em nossas carteiras aqui na Inversa.

Diante disso, é fundamental manter a maturidade para lidar com as comuns adversidades!


Um grande abraço,
Rodrigo Natali. 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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