Do Mercado #20: Efeito dólar

4 de outubro de 2021
Entenda os efeitos da máxima do dólar e o quanto isso impacta o Real. Os movimentos já estão acontecendo e é preciso observar a intensidade de cada um.

 

Olá! 

Na semana passada, o dólar fez a máxima do ano contra as moedas estrangeiras. As commodities subiram um acumulado de 34%. 

Desde o começo do ano, especialmente nos últimos meses, a impressão que se tem é que a bolsa americana está subindo e realizando máximas diariamente. 

Desde o Labor Day (feriado nacional nos Estados Unidos), quando comentei que as coisas poderiam começar a mudar lá fora, essa impressão indicava que o dólar estava caindo e estava mais fraco contra outras moedas, inclusive devido aos altos dados da inflação.

Esses são os motivos pelos quais devemos observar um fluxo para as commodities e para o câmbio. 

Mesmo que a percepção seja de que o dólar está caindo, o que está acontecendo é o contrário. No momento, pode não parecer um parâmetro significativo, mas, ao ano, o dólar está subindo 5%.

Pode não parecer muito, mas a principal referência de preços do dólar no exterior é contra moedas estáveis, como o euro, a libra, franco suíço e até mesmo o iene. 

Enquanto o real tem uma volatilidade muito maior.

Vou explicar: vamos supor que o real tenha uma volatilidade 50% maior que a volatilidade do câmbio. Um movimento de 5%, em nosso padrão, e utilizando R$5,00 como referência, é um movimento de aproximadamente 0,38 centavos. Ou seja, o dólar sai de R$5,00 e passa a custar R$5,38.  

Esse foi o tamanho do movimento que aconteceu no mês de julho até o momento: 5%. 

Foi um movimento bem expressivo.

Isso tem confirmado a tese que compartilhei em edições passadas: as commodities tendem a subir e se fortalecer. 

Isso porque a China nem mesmo começou a subir e acelerar a economia de fato. 

Imagine só quando, de fato, isso começar a acontecer?

O dólar está se valorizando contra todas as moedas; no Brasil de modo mais comportado, mas já sabemos que esse é um efeito que será compensado em determinado momento. 

Isso tende a se equilibrar com o tempo. E acredito que isso pode acontecer aqui no Brasil também. 

 

Espero que tenha gostado!


Um abraço,

Rodrigo Natali.

 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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