Inversa na Copa #6 - Ô Chaves, Tchau, Tchau, Tchau (Brasil 2 x 0 México)

2 de julho de 2018
E mais: Lada, um tesouro no coração da Rússia

Nota do Editor: Está chegando a hora! Nesta segunda, o Brasil joga sua sorte na Copa contra o México. O Pedro Carvalho já está em Samara, palco do jogo, preparando novos relatos para você. Mas enquanto a partida da Seleção não chega, não deixe também de conferir a seleção de ações da Inversa para começar com pé direito este segundo semestre na Bolsa. Para usar a tática certa a fim de ganhar dinheiro no mercado. Um abraço, Frederico Rosas.

        

 

PEDRO CARVALHO, DE SAMARA (RÚSSIA)

Caro leitor, cara leitora,

Hoje o samba embala a bela cidade de Samara, palco da vitória brasileira por 2 x 0 sobre o México nas oitavas de final da Copa do Mundo. Que já o digam os bares e restaurantes em plena orla do famoso rio Volga.

A verdade é que, apesar do enorme barulho mexicano no estádio durante o jogo, foram os brasileiros que se sentiram mesmo em casa nessa cidade "praiana" – dentro e fora das quatro linhas.

       

Como no mercado, esta segunda marcou a hora da verdade, que separa tudo aquilo que é “ruído” do que “realmente importa”, e que pesa no resultado final.

Conforme o México partiu para cima do Brasil, no início da partida, o lado verde e branco do estádio pegou fogo: "Somos locales otra vez", eles cantavam na Arena Samara.

Mas parece que, a partir da metade do primeiro tempo, a própria arquibancada mexicana percebeu que o Brasil era mais time. Do lado brasileiro, o que mais se ouvia eram os hits "o campeão voltou" e "58 foi Pelééé (etc)".


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Além, é claro, do sucesso do dia: "Ô Seu Barriga, Ô Seu Madruga, Ô Chaves, Tchau, Tchau, Tchau”... Uma referência aos personagens da série mexicana Chaves adaptada para os acordes de “Bella Ciao”, hit da série original espanhola “La Casa de Papel”.

 

É claro que as provocações, de parte a parte, pipocaram. Copos de cerveja atirados para a arquibancada, gritos de desaforo, clima de estádio latino-americano. Mas a coisa parece não ter ficado feia de verdade.

Depois do jogo, o comentário geral no estádio era que o Brasil mandou na partida. É, cá entre nós, a seleção tem mesmo muito mais futebol que os mexicanos.

Agora é rumo a Kazan!

    

Lada, um tesouro no coração da Rússia

Samara, a cidade do duelo entre Brasil e México, é também a cidade da Lada. Sim, a Lada, a fabricante de automóveis que ficou famosa no Brasil nos anos 80 e 90, principalmente com os jipinhos Niva, mas depois sumiu de cena no País.

Samara fica à beira do rio Volga, o maior da Europa, com 3,7 mil quilômetros. Navegável em todo o seu curso, o Volga é uma artéria vital para o comércio da região desde os tempos de Gengis Khan.

Na época moderna, ele se tornou um rosário de portos industriais – Volgogrado, por exemplo, que antes se chamava Stalingrado, onde Stalin virou uma partida épica que parecia perdida contra Hitler, sempre foi um importante polo dessa atividade, e fica não muito longe de Samara rio abaixo.

Por isso, toda essa região do Volga, tida por alguns como “o coração da Rússia”, é apinhada de fábricas – como a da Lada (que na verdade fica na “grande Samara”, em Togliatti). E entre todas as cidades que visitamos, em nenhuma você vai ver tantos carros da marca como aqui.

                 

Na nossa chegada, um outdoor no aeroporto de Samara já avisava: a sensação do momento é o modelo Vesta Cross, que também está disponível em versões sedan e luxo. Nas ruas, mais propagandas da marca.

Até a polícia passou por nós em um Lada. E praticamente todos os Uber que tomamos por aqui eram Ladas – e também quase sempre eles são dirigidos por imigrantes das províncias do sul (os cazaques, usbeques e armênios são, na Rússia, a turma que dirige táxis e trabalha em empregos de menor remuneração).

Era um Lada o Uber que nos levou à loja da marca de Samara – no qual o motorista, perguntado se gostava de seu Lada, respondeu “no, no, Toyota good”, enquanto a rádio russa tocava Get Lucky, do Daft Punk.

Apesar de ficar em um bairro meio periférico, a loja era bonita e bem organizada.


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A vedete era um Vesta Cross Sedan Luxo laranja, em destaque em frente à porta de entrada. Ele saia pelo equivalente a 51 mil reais e achei bem bonito (nessa newsletter, excepcionalmente, não vamos usar a conversão que paguei pelo rublo na casa de câmbio, mas a conversão oficial, porque se você fosse trocar um volume tão alto de dinheiro provavelmente conseguiria um valor melhor, próximo ao oficial).

       

Dentro, porém, o acabamento ficava devendo um pouco – o que notei em todos os carros da loja. O Vesta mais básico custava 36 mil.

Mas o que realmente balançou meu coração foram os 4x4 da marca. Achei legais os traços retos, que lembram um pouco uma Pajero. Dentro, porém, tudo fazia lembrar um Gol de vinte anos atrás.

“Um Lada é forte, afiado e despretensioso”, define o site da empresa. O preço dos 4x4 para os modelos de quatro portas começavam em 34 mil reais – achei uma pechincha. Se nos anos 90 os modelos Niva e Samara fizeram fama no Brasil, agora a marca possui uma gama de opções que lembraria a da Chery Motors – ou seja, carros atualizados, mas sem luxos, indo desde um sedan básicão até um cross (que lembra um CrossFox) ou os jipinhos simples e baratos que eu fiquei com vontade de comprar.

A geração Vesta tem ajudado a Lada a recuperar os balanços. Entre março e janeiro, a marca teve três modelos entre os dez mais vendidos da Rússia: o Vesta (2º), o Granta (3º) e o Largus (8º).


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Nesse primeiro trimestre, o grupo AvtoVAZ (dono da Lada, que tem como principais acionistas a Renault e a estatal Rostech) vendeu 79 mil carros na Rússia, 28,8% a mais que no mesmo período de 2017 (enquanto o mercado cresceu 21%). O resultado foi um lucro de 600 milhões de rublos, revertendo prejuízo de 2,8 bilhões de rublos no primeiro semestre de 2017. Em um ano, as ações subiram de 9,45 para 11,70 rublos.

Bem, se a Lada está aí, sendo uma empresa normal, lançando modelos, divulgando balanços, por que não ouvimos mais falar dela? Porque o Brasil não está entre os países onde a marca tem operações. Em junho, por exemplo, a Lada celebrou a construção de suas primeiras lojas no Cazaquistão. No mês anterior, anunciou que vai voltar ao mercado chileno. Mas, por enquanto, nada de Brasil.

Outra história emblemática sobre os fabricantes de automóveis da região do Volga é a da GAZ. Em 1932, a fábrica da marca foi construída com projeto de Henry Ford e chamada por Stalin de “um dos trunfos do socialismo”.

      

Após a queda do regime, no início dos anos 90, a empresa acabou virando um símbolo do que o excesso de centralismo estatal por provocar: a GAZ, na época, tinha ativos que incluíam 120 creches infantis, 10 mil vacas, um hospital de 1100 leitos, dois sanatórios e uma série de escândalos de corrupção nas manchetes, envolvendo o desvio de milhões de rublos da empresa. Em 2000, foi comprada por um grupo industrial russo em uma oferta hostil e parou de fabricar carros – hoje, faz apenas ônibus e caminhões.

Outra coisa que mudou com o tempo é a função do Volga. Não que ele tenha parado de servir como via comercial. Mas, em Samara, agora sua utilidade principal parece ser o lazer: ao longo da orla, uma série de bonitas praias garante diversão para os jovens e qualidade de vida para os mais velhos.

É impressionante a diferença que faz uma praia – mesmo que de rio – para uma cidade. Não fosse a orla do Volga, Samara seria um lugar meio isolado e depressivo. Com ela, é uma cidade bastante agradável. E a água do Volga é fria, mas não tanto assim, então todo mundo nada.

Um abraço e até a próxima,

Pedro Carvalho

P.S.: A Lada não está mais no Brasil, mas uma empresa que atua no setor automotivo tem chamado a atenção de investidores em busca de altos retornos no País. Tanto que o George Chen acaba de selecioná-la para fazer parte da sua carteira para o segundo semestre do ano, após intensa investigação sobre seus fundamentos. Para conhecer a ação dessa empresa, basta clicar aqui.

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