Cesta & Fundos #33 - Que venha 2020!

27 de dezembro de 2019
Há um prato cheio para os fundos de gestão ativa se aproveitarem de inconsistências de preço. Opte por eles.

Sunday Notes

 

       

Olá, leitor Cesta & Fundos!

O ano de 2019 deve deixar saudades para os que optaram por correr um pouco mais de risco. Até o momento em que escrevo esta edição, o índice Bovespa acumula alta de 30% no ano, enquanto o título Tesouro IPCA+ 2024 sobe quase 20%.

Para mim, 15% ao ano de ganho com o Ibovespa seria uma média de longo prazo. É certo que essa taxa pode variar dependendo das condições de mercado, risco-país, etc, mas não me parece loucura esperar esse tipo de retorno.

Mas isso se você colocar seu dinheiro em um ETF padrão, como o BOVA11, que cobre uma taxa de administração baixa e que tenha como meta perseguir o índice.

Aliás, a captação dos fundos tradicionais (ativos e passivos) de ações bateu recordes em 2019. Até outubro, esses fundos captaram R$ 57 bilhões! O valor mais alto da série da Anbima que começa em 2002.

E os multimercados, então? Fluxo de entrada de nada menos do que R$ 69 bilhões!

Não é para menos. Afinal de contas, a Selic em patamares historicamente baixos trouxe incertezas para todo poupador.

Acontece que o índice é composto por uma média ponderada de desempenho de várias ações. É aí que entra a beleza dos fundos de investimentos ativos, ou seja, que buscam superar a valorização do índice.

Alguns anos atrás, talvez uns dez anos, havia me convencido que os fundos passivos eram a melhor opção para quem quer surfar a bolsa.

De fato, continuam sendo, mas esse mercado tomou proporções gigantescas, o que me fez repensar essa estratégia.

Só para exemplificar, no fim de agosto deste ano, os ativos geridos por fundos passivos de ações nos Estados Unidos alcançaram um total de US$ 4,27 trilhões e ultrapassaram pela primeira vez o patrimônio dos fundos ativos.

Isso tem uma relevância grande em minha opinião em favor dos fundos ativos daqui pra frente.

Se aconteceu nos EUA, podemos estar somente no início desse fenômeno no Brasil.

Os ETFs captaram até outubro um total de R$ 7,5 bilhões. Em outras palavras, 400% a mais do que o ano inteiro de 2018!

Como os fundos passivos seguem índices que são ponderados por métricas que não envolvem em nada a condição financeira/econômica das empresas, as assimetrias de preço podem se elevar.

E para mim, esse é um prato cheio para os fundos ativos se aproveitarem de inconsistências de preço.

Eu nunca estive tão otimista e com tantos argumentos a favor para sugerir fundos de ações com estratégias ativas.

Último conselho do ano? Opte por fundos de ações com gestões ativas. De preferência, aqueles que sugerimos na minha publicação Fundos Expert. Olhei de perto vários fundos e escolhi poucos mas bons fundos para fazer seu dinheiro trabalhar.

Sem querer me alongar muito mais, pois você deve estar querendo pegar a estrada e viajar, desejo um ano de 2020 de muito sucesso nos investimentos. Conte com a Inversa para o que precisar.

Um forte abraço e até mais!

Luiz Cesta (twitter: @luizcesta)

Conheça o responsável por esta edição:

Luiz Cesta

Especialista em Ações e Fundos de Investimento

Duas vezes premiado como melhor analista de ações do Brasil, em 2006 e 2009, Luiz Cesta é engenheiro eletricista formado pela Poli/USP (2002). Passou por grandes bancos e corretoras de valores ao longo dos últimos 15 anos e acumulou experiência nas mais diversas áreas do setor, como análise de crédito, mesa de operações, atendimento corporate e, principalmente, análise de ações, sua verdadeira paixão.

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